Em situações como provas e competições, onde alguns minutos podem fazer a diferença entre a vitória e a tristeza de ser ultrapassado devido a um pneu furado, o uso de cartuchos de CO2 pode fazer uma enorme diferença, facilitando e muito a vida do ciclista.
Componentes – Uma bomba de CO2 é composta por duas partes: o inflador e o cartucho. Vamos conhecê-los:
Os infladores são comercializados em dois tipos diferentes, com controle de fluxo de ar ou sem. A grande vantagem dos modelos com controle de fluxo é a possibilidade de se utilizar apenas uma parte do CO2 contido na ampola ou cartucho, controlando a quantidade de gás que sai mediante um gatilho, de forma poder reaproveitá-lo em outra oportunidade.
Já os modelos sem controle de fluxo são basicamente uma arma de um único tiro. Apesar de ser possível controlar o fluxo de ar em um modelo sem gatilho simplesmente retirando abruptamente o inflador da válvula da câmara de ar, geralmente acaba ocorrendo algum desperdício de gás carbônico. Por outro lado, modelos sem controle de fluxo são mais baratos, mais robustos e mais fáceis de operar do que os modelos com controle.
Via de regra, os infladores modernos reconhecem e adaptam-se automaticamente ao tipo de válvula da câmara de ar, seja ela de bico fino (Presta) ou grosso (Schrader). Não há o menor sentido em adquirir uma bomba de CO2 que exija algum tipo de adaptador, já que o principal propósito de sua utilização é justamente a economia de tempo.
Os cartuchos são vendidos em diferentes capacidades. No Brasil são encontradas basicamente ampolas de 16, 20, 25 e 40 gramas. Um cartucho de 16 gramas é suficiente para inflar um pneu de mountain bike nas medidas 26 x 2.25 em até 50psi, ou seja, suficiente para a maioria das câmaras de ar aro 26″ e 27.5″ para mountain bike.
Já os cartuchos de 20 e 25 gramas permitem inflar pneus em até 120psi de pressão, sendo recomendados para pneus de estrada (clincher) e de mountain bike aro 29″ (que utilizam menos pressão que os pneus aro 26″, porém maior volume de ar). Os cartuchos “gigantes” de 40 gramas são recomendados para situações atípicas, onde se requer uma reserva extra de CO2 para outros possíveis reparos. Vale lembrar que os cartuchos de 40 gramas só são viáveis de serem utilizados com infladores com o controle de fluxo, naturalmente.
Quanto a conexão dos cartuchos, existem dois tipos: com e sem rosca. Qual a diferença? Basicamente trata-se de uma questão de simplicidade ou de patentes. Hoje em dia, a maioria dos cartuchos encontrados nas lojas de bicicletas são vendidos na versão rosqueada. Via de regra, mas com exceções, um cartucho com gargalo rosqueado é compatível com infladores projetados para cartuchos sem rosca, mas não o contrário.
Dicas importantes para o uso
Não entre em uma fria – Ao ser expelido para fora do cartucho, o gás carbônico comprimido irá congelar o recipiente. Para evitar queimaduras por congelamento, alguns modelos de bombas de CO2 possuem um invólucro que reveste o cartucho, protegendo os dedos do usuário. A desvantagem destes modelos é que eles não são compatíveis com todos os modelos de cartucho. Alguns modelos de cartuchos vem envoltos em uma espuma protetora. Dê preferência por estes ou, se a grana estiver curta, use suas luvas ao manusear a bomba.
Bola murcha – Ao retornar da trilha, é necessário esvaziar totalmente a câmara de ar e inflá-la novamente utilizando ar comprimido comum. Por que? O gás carbônico rapidamente se dissipa através da borracha da câmara de ar e muito provavelmente o pneu de sua bike irá perder uma boa parte da pressão durante os próximos dias. Caso tenha alguma dúvida sobre o porquê, este post (em inglês) explicará em termos cintíficos. Ou simplesmente acredite neste que vos escreve e que já passou por isto…
Munição extra – Lembre-se, via de regra, um cartucho de CO2 é uma arma de um tiro só. Por conta disto, muitos ciclistas preferem leva um ou mais cartuchos sobressalentes. O problema que advém daí é que os mesmos tem uma tendência irritante de ficar batendo uns contra os outros no interior da mochila, bolso da camisa ou pochete.
Os modelos de cartuchos com revestimento em espuma minimizam um pouco o brulho, mas para evitar esse ‘samba de uma nota só’ de forma definitiva, encontramos no mercado vários modelos de suportes para bombas e cartuchos de CO2 para serem fixados no quadro da bicicleta.
Uma excelente alternativa a utilização de cartuchos extras é a aquisição de uma bomba de ar híbrida (bomba de ar convencional e de CO2 em um único modelo), como a AP-C1 da marca Serfas.