29 de março de 2024

Quadro MTB First Athymus

Marca brasileira apresenta quadro de qualidade e baixo custo, capaz de enfrentar trilhas técnicas com desenvoltura

Em um mercado onde bicicletas topo de linha não raras vezes custam o valor de um automóvel 0km é possível encontrar produtos de boa qualidade a preços mais realistas? Esta é a proposta da brasileira First Bikes, uma das marcas que mais tem se destacado no mercado de quadros e componentes para bicicletas no país.

Seus quadros, de ótima qualidade e acabamento, tem sido testados exaustivamente por atletas patrocinados pela marca, que na última semana conquistaram um feito inédito na edição 2017 do Big Biker: dos 13 atletas patrocinados e apoiados pela marca que competiram, 11 subiram ao pódio, demostrando assim a confiabilidade do equipamento utilizado.

Foi para comprovar a qualidade dos produtos First Bikes que testamos por aproximadamente três meses o quadro Athymus, modelo de alta performance utilizado por vários atletas da equipe de MTB da marca.

Quadro First Athymus
Quadro First Athymus

First Athymus – Construído em liga de alumínio 6061 hidroformado, o quadro Athymus situa-se logo abaixo do modelo topo de linha Onix, este confeccionado em fibra de carbono. A opção pela liga 6061 ao invés da série 7005 utilizada pela maioria dos fabricantes, resultou em um quadro mais resistente e rígido que o das edições anteriores, ao custo de um peso ligeiramente maior: 1,890kg.

Compatível com rodas aro 29 polegadas e disponibilizado nos tamanhos 15.5″, 17.5″, 19″ e 21″, o quadro da First conta com algumas características normalmente só encontrados em modelos mais caros como tubo da caixa de direção cônico, montagem do freio traseiro post mount e roteamento interno dos cabos de transmissão.

Detalhe do tubo cônico da caixa de direção e do slot para roteamento interno dos cabos de transmissão
Detalhe do tubo cônico da caixa de direção e do slot para roteamento interno dos cabos de transmissão

Avaliação – Como a altura do meu cavalo (distância das solas dos pés até a região que vai apoiada no selim) situa-se entre os tamanhos 17.5″ (médio) e 19″ (grande), optei por utilizar o tamanho menor, que resultou em uma bicicleta mais ágil nas curvas, em detrimento ao conforto nas longas distâncias. Afinal, a ideia era testar a polivalência da bike, não apenas nas trilhas, mas também no uso diário, como meio de transporte.

Disponível com nas opções cores verde, amarelo, lilás, vermelho e azul, o grafismo do quadro impressionou pela qualidade no acabamento e no jeitão de “bike gringa”. Ponto pelo bom gosto do fabricante!

O design do tubo superior e dos seatstays é achatado, enquanto que o tubo inferior possui um shape poligonal que proporciona rigidez ao conjunto. Já os stays conferem uma certa flexibilidade na balança traseira, o que facilita a vida ao pedalar sentado no selim. Longe do conforto de um quadro de carbono, é claro, mas surpreendente para um quadro de alumínio.

Componentes – Desde os primeiros detalhes a serem acertados no planejamento do teste, decidiu-se utilizar componentes de linha recreacional na montagem da bicicleta, de forma manter seu custo final relativamente baixo. Para isto, foi utilizados freios a disco hidráulicos Shimano, transmissão LTWoo Arrow (3 x 9 velocidades), garfo de suspensão RST First Air e as sempre confiáveis rodas Vzan Extreme. O resultado foi uma bicicleta na faixa dos 3,5 mil reais, valor bastante aceitável para um modelo que pode ser utilizado tanto em passeios de fim de semana quanto em trilhas mais técnicas e exigentes.

A montagem e os ajustes ficaram sob a responsabilidade do competente mecânico Alan Gustavo, da oficina Bike Radical (Superbike 101).

Alan em ação
Alan em ação

Pedalando – Uma vez montada, a bike foi testada em diversas situações, incluindo trilhas na cidade de Pirenópolis (GO) e asfalto em Brasília. 

Comparativamente à minha outra bike, uma full suspension, o quadro da First Athymus possui 11mm a mais de tubo superior, o que fez com que minha posição de pilotagem ficasse mais projetada à frente, em uma postura que favorece mais as trilhas do que pedaladas urbanas de conforto. Para quem preferir, o uso de uma mesa mais curta, com um ângulo positivo pode deixar a postura menos agressiva, em detrimento à eficiência nas subidas.

Nas trilhas, a combinação do ângulo do tubo do selim (73º) aliado ao da caixa de direção permite uma distância entre eixos menor, o que torna a bike ágil nas subidas mais técnicas, embora um pouco ‘nervosa’ nas descidas, embora em nenhum momento descontrolada.

A segurança nestes momentos é garantida pelo posicionamento do suporte do freio traseiro entre os stays superior e inferior (post mount), que reduz as vibrações durante a frenagem. O uso de caixa de direção do tipo cônico (tapered) aumenta a rigidez do triângulo dianteiro do quadro, o que proporciona uma maior sensação de segurança.

Aqui vale um aparte: utilize caixas de direção de boa qualidade. Embora a First recomende a utilização do modelo rolamentado com adaptador para espiga da própria marca, a dificuldade de encontrar este modelo específico aqui em Brasília fez com que utilizássemos uma caixa de qualidade inferior, que frequentemente resultou em folgas. Acredite, não vale a pena economizar neste item!

Conclusão – Com o preços em uma média de mil reais, o quadro First Athymus conta com um excelente custo x benefício para ser utilizado por mountain bikers que querem contar com um rendimento similar ao encontrado nas bicicletas importadas mais caras e badaladas. Sua construção, bem realizada e com bom acabamento, viabiliza uma configuração com peças de nível intermediário a alto, sem ficar ‘faltando’ em relação aos demais componentes.

Para utilização urbana, o modelo exige algumas adaptações para aumentar o conforto, como uma mesa com ângulo positivo que permita uma postura mais relaxada.

Se a sua ‘praia’ entretanto, for trilhas técnicas com subidas íngremes e singletracks de alta velocidade, sem dúvida alguma o quadro First Athymus foi feito pra você.

Quadro MTB First Athymus

Preço
Versatilidade
Construção e acabamento
Peso

Muito Bom

Quadro de qualidade e baixo custo, capaz de enfrentar trilhas técnicas com desenvoltura

Pontos positivos

  • Preço acessível;
  • Geometria polivalente;
  • Diversas opções de tamanhos e cores disponíveis;
  • Construção e acabamento;
  • Roteamento interno dos cabos de transmisão; 
  • Montagem do freio traseiro post mount.

Pontos negativos

  • Peso;
  • Poucas opções disponíveis para caixa de direção cônica.

Sobre o autor

André Ramos é editor do website MTB Brasília
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