Professor de educação física faz campanha e coleta assinaturas para construção de ciclovia no Parque da Cidade. Por conta da dimensão reduzida da atual pista, acidentes e discussões ficam mais frequentes no local
Corredores, ciclistas, skatistas, cadeirantes, patinadores, crianças… Os diversos personagens do Parque da Cidade apresentam ritmos diferentes. Alguns mais rápidos, buscam melhorar o tempo da corrida. Outros, lentos, admiram a paisagem. O mesmo ocorre com os que optam por rodas. Bicicletas passam velozes entre pessoas mais interessadas no lazer do que no esporte. Sem dúvida, é um dos lugares mais democráticos da capital federal, com público estimado em 80 mil pessoas aos domingos. No entanto, essa convivência nem sempre permanece pacífica. Esbarrões e atropelamentos tiram a paz que o local sugere. Para os mais esquentados, pedido de desculpa não é suficiente. As discussões tomam conta do espaço.A questão é: os 5,5 metros de largura da pista de cooper do Parque da Cidade suportam tantos tipos de modalidades? O professor de educação física Raimundo ‘Ray’ Pereira, 57 anos, acredita que não. Por isso, resolveu, sozinho, arrecadar assinaturas e conseguir convencer o governo a construir uma ciclovia na área. Percebeu, então, que não estava tão só assim. Com uma mesa, papel e caneta, Raimundo armou acampamento próximo à administração do local e, em quatro manhãs de fim de semana, conseguiu 4.500 pessoas para apoiar a empreitada.
5 mil nomes – “Vi que ninguém aguenta mais tantos acidentes e brigas na pista. É só esperar um pouco, no fim de semana, que a gente vê uma bicicleta quase atropelando alguém”, descreve. Ao conseguir 5 mil assinaturas, o professor tentará se reunir com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, para reivindicar o projeto. Para isso, vai convocar grupos de corredores e ciclistas que costumam usar o espaço.
Com as assinaturas, Raimundo entregará o projeto à administração do parque. Mas o professor não foi o primeiro a ter a ideia da ciclovia. Há cerca de dois anos, os responsáveis pela direção do espaço pediram que a Secretaria de Obras fizesse a obra. “Entramos em contato com vários grupos organizados que usam o espaço e vimos que a ciclovia é um desejo latente da sociedade”, relata o administrador do Parque da Cidade, Paulo Dubois, ao afirmar que a ciclovia é uma das prioridades no momento. A proposta aguarda a resposta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Fonte: Revista Bicicleta