23 de novembro de 2024

Alta tributação torna a bicicleta brasileira a mais cara do mundo

Atualmente o país é responsável pela produção de 7 milhões de bicicletas/ano, mas com capacidade 50% maior

201220130611082823tito2O alto custo das bicicletas produzidas no Brasil dificulta a comercialização e desestimula o uso da magrela como veículo de transporte. Essa é a opinião da Abradibi (Associação Brasileira da Indústria, Comércio, Importação e Exportação de Bicicletas, Peças e Acessórios). Segundo a entidade, esse obstáculo econômico  está vinculado à incongruência entre as políticas públicas para o incentivo ao uso da bicicleta como meio de locomoção e estímulo à práticas saudáveis devido à política tributária, que onera o setor.

Enquanto em países como Estados Unidos e Colômbia a carga de impostos sobre a bicicleta é zero, aqui no Brasil ela equivale a 40% do valor final do produto. “A bicicleta brasileira é a mais tributada do mundo”, comenta o presidente da Abradibi, Tarciano Araújo.

Produto caro – A mobilidade urbana está na pauta do dia e mobiliza prefeituras e adeptos da bicicleta em torno da expansão de sistemas cicloviários. Mas esse movimento ainda não estimulou a cadeia produtiva de bicicletas no país, formada por dezenas  de montadoras e distribuidoras,  além de milhares de varejistas.

O protecionismo à indústria nacional  é a preocupação da Abradibi. Como todos os países que produzem bicicletas de baixo valor agregado, a produção brasileira depende de peças vindas principalmente da China e Índia. Hoje, as alíquotas de importação de importantes componentes das bicicletas, como pneus e câmaras gira em torno de 25 e  35%, o que encarece o produto final e dificulta a intenção de promover a expansão do uso da bicicleta como modo de transporte. “A importação em nosso setor é necessária para promover a absorção de tecnologia e a obtenção de insumos menos onerosos e mais eficientes”, afirma Araújo.

“Precisamos ter um preço mais acessível para os trabalhadores e estudantes. A redução do valor das bicicletas é uma das condições fundamentais para permitir o uso do veículo voltado à locomoção para o trabalho e para a escola”, completa o presidente da Abradibi.

Mercado – O mercado é responsável pela produção de 7 milhões de bicicletas/ano, mas com capacidade de produção 50% maior. Entre os cerca de 22 associados da Abradibi, fabricantes de bicicletas, distribuidores e atacadistas, o faturamento foi de R$ 2 bilhões em 2012.

A entidade estima que o mercado potencial do país gira em torno de  9 a 10  milhões de unidades/ano. “Com uma política competitiva de tributos, poderíamos até nos posicionar como polo exportador de bicicletas”, avalia o presidente da Abradibi.

Fonte: Revista da Bicicleta

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