Provavelmente não existe no mundo um lugar tão arquétipo da cultura automobilística do que a cidade de Detroit, sede das maiores marcas de automóveis do mundo. O fato entretanto, é que cada dia que passa mais e mais cidadãos de Detroit fazem uso da bicicleta, de acordo com Jason Hall (39) e Mike MacKool (29), dois grandes difusores da atividade.
De acordo com Hall e MacKool, a tendência que começou como simples modismo, ganhou literalmente espaço, já que a cidade é praticamente plana e possui uma infraestrutura de amplas avenidas que gradualmente se adaptam perfeitamente à prática do ciclismo.
“Somos a cidade do Motor: As avenidas são enormes, é difícil encontrar uma rua por qui com menos de quatro faixas”, assegura Hall. “Esta cidade foi feita para os automóveis, mas agora que as bicicletas vão pouco a pouco encontrando o seu lugar, tem-se a impressão de que na realidade foi feita para as bikes”, conclui.
Esta realidade levou nossos protagonistas a organizar há cerca de dois anos, eventos ciclísticos, destacando-se entre eles o Detroit Bike City, um evento no qual participam 90 expositores e cerca de 2.000 visitantes a cada ano. Participam do evento fabricantes de bicicletas, clubes e grupos de ciclismo e colecionadores, além de promover atividades educativas temáticas, venda de produtos e serviços, além de e intercâmbios de todo tipo.
Detroit Bike City é o maior evento da área na cidade, porém, todos os verões os dois amigos e sócios promovem um passeio ciclístico às segundas-feiras a noite chamado “Slow Roll” (pedalada lenta), que percorre diferentes bairros da cidade.
“Detroit tem uma fama mundial de ser uma cidade inabitável, o que não é verdade”. Para demonstrar as pessoas do contrário, organizam semanalmente passeios por diferentes bairros da cidade, cujo atrativo principal é a hospitalidade dos moradores. “Os moradores de Detroit que pedalam conosco ficam surpresos de ver aspectos da cidade que jamais haviam presenciado, mesmo passando diariamente de carro pela região. Não há a menor dúvida de que, sobre uma bicicleta, se pode ver um mundo que jamais poderia ser visto das janelas de um automóvel”.
Nas primeiras vezes em que Hall e MacKool saiam em suas pedaladas noturnas, entre cinco a dez pessoas os acompanhavam nos passeios. No ano seguinte, este número aumentou para 175 pessoas. Atualmente, o grupo conta com a frequência de 350 a 400 Slow Rollers.
“Se você encontrar uma multidão andando de bike, junte-se a ela, porque você também é necessário. Esta é a nossa cultura. Cuidamos de todos, pedalamos juntos.”