Quatro jovens paulistanos criaram a Compartibike, uma startup que leva estações de compartilhamento de bicicletas para os edifícios residenciais. A empresa surgiu em 2010, com o objetivo de aumentar o uso das bikes no cenário urbano, e a iniciativa já foi implantada em um condomínio da capital paulista.
Inspirados nos sistemas de bike sharing do mundo inteiro, os idealizadores da Compartibike desenvolveram um mecanismo simples para facilitar o acesso dos ciclistas: assim, para retirar a bicicleta, o morador vai até a estação, informa o número de seu apartamento com uma senha, e o sistema já desbloqueia o veículo, imediatamente. A bike pode ser usada por tempo indeterminado, e, após a utilização, é deixada na estação e os usuários não pagam pelo empréstimo, uma vez que o serviço vem embutido nas taxas de moradia.
Para os idealizadores da startup, ampliar a infraestrutura para ciclistas no cenário urbano é uma das principais demandas que a Compartibike deve vencer. “As pessoas estão cada vez mais se tornando usuárias da bicicleta, porém, os condomínios ainda não oferecem condições adequadas para que os moradores tenham condições de armazenar e manter suas bikes”, declarou ao CicloVivo o diretor institucional da marca, Pedro Monteiro.
Embora os sistemas públicos de compartilhamento de bicicletas venham crescendo nas grandes cidades brasileiras, os representantes da Compartibike apontam mais benefícios da utilização do serviço nos condomínios. “O usuário não precisa utilizar aplicativo em smartphone ou ligar para um número de telefone; a interação do usuário com o sistema se dá no próprio totem de autoatendimento”, explica Pedro. “Além disso, a Compartibike possui maior variedade em modelos de bicicletas, que podem ser usadas em qualquer ambiente e também pelas pessoas que não estão acostumadas a pedalar”, completa o diretor.
O serviço foi instalado num condomínio residencial na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Os representantes do empreendimento não só levaram em conta o bem estar oferecido pelas pedaladas, mas também consideraram a praticidade e a necessidade de apostar em alternativas de transporte. “Além de ser um diferencial para o empreendimento, é um incentivo para práticas sustentáveis que impactam diretamente na mobilidade urbana de uma cidade como São Paulo, onde andar de carro esta cada vez mais difícil”, diz a gerente de marketing do condomínio.
Mesmo que a estação da Compartibike esteja disponível em apenas um empreendimento, os idealizadores acreditam que o serviço só tende a crescer nos próximos anos. “Pesquisas mostram que os habitantes dos grandes centros urbanos estão dispostos a trocar o transporte motorizado público e privado pela bicicleta. Em São Paulo, tramita uma lei para reservar 5% do total de vagas dos estacionamentos da cidade às bikes”, declarou Monteiro. Neste ano, a prefeitura de São Paulo decretou uma lei que obriga os edifícios residenciais novos e reformados a oferecerem vagas para bicicletas.
Fonte: Ciclovivo, por Gabriel Felix