Empresa de informática sediada em Santiago importa o modelo de incentivo utilizado pela França para motivar seus funcionários a usar a bicicleta como meio de transporte
O congestionamento do tráfego urbano, a falta de estacionamentos suficientes nas redondezas geram estão entres os maiores causadores do estresse no trabalho. Devido a isto, muitas empresas começam a cada vez mais incentivar seus funcionários a deixarem seus automóveis em casa e se locomover através de alternativas.
Pensando nisto, a empresa de informática chilena Altiuz resolveu criar uma programa de incentivo financeiro para todo funcionário que passe a se locomover de casa ao trabalho a pé ou de bicicleta. Segundo Guido Coppa, ciclista entusiasta e diretor de marketing de empresa, para cada quilômetro percorrido a pé ou de bike, será pago ao funcionário o valor de 150 pesos (0,65 reais).
A iniciativa, que além do incentivo financeiro cobre também gastos com planos de saúde no caso de acidentes, foi adotada pela empresa após a comprovação de que mais da metade de seus empregados percorria menos de três quilômetros para chegar a seu local de trabalho. “Na maioria das vezes, os funcionários perdiam mais tempo no congestionamento e na procura por vagas de estacionamento do que se viessem apé ou de bike”.
Guido decidiu apresentar a iniciativa francesa de incentivo ao uso da bicicleta ao seu chefe, que viu a ideia com bons olhos. De acordo com eles, ao incentivar a prática de exercícios físicos aos funcionários, não só a saúde dos mesmos melhora, diminuindo o número de faltas devido a doenças, mas também os níveis de estresse causados pelos congestionamentos é eliminado. “Pedalar não é bom apenas para saúde, mas também melhora o rendimento laboral”, diz Guido.
Para o controle da quilometragem percorrida pelos funcionários, é utilizado o aplicativo para smartphones Minhas Trilhas ou o Sports-Tracker.
Trânsito caótico – Com uma área de aproximadamente 15.500 km2 e sete milhões e meio de habitantes, Santiago se enfrenta grandes desafios em termos de mobilidade urbana, comparáveis a qualquer grande cidade latino-americana. O congestionamento de veículos nas ruas, aliado ao colapso do transporte público – que não comporta o atual número de usuários -, tem contribuído para a busca de alternativas como o ciclismo urbano, que desde 2005 tem crescido cerca de 18,2% ao ano. Atualmente, uma grande parte da população acredita que a bicicleta é o melhor meio de se locomover pela cidade.
A região metropolitana de Santiago possui cerca de 550 km de pistas reservados aos ciclistas, segundo dados do Governo.