A ciclista chilena Irene Aravena, que sofreu ontem um grave acidente durante os Jogos Sul-Americanos, poderá ficar até um ano fora das competições, segundo os médicos que a atenderam na Clínica Santa Maria, em Santiago, Chile. A atleta sofreu várias lesões que incluem fraturas exposta na patela do joelho esquerdo e no polegar direito, além de traumatismo crânio-encefálico e várias contusões e escoriações. O estado de saúde de Irene Aravena é considerado estável.
A atleta competia pela final da prova de Velocidade por Equipes quando se chocou com um partidor, como é chamado equipamento usado para equilibrar a bicicleta no momento da largada e que não havia sido retirado da pista. O acidente quebrou sua bicicleta em duas partes.
Sua companheira de equipe, Estefanía Núñez, revelou ainda estar chocada com o acidente: “Foi terrível vê-la caída ao solo, inconsciente. Não tive coragem de assistir os vídeos. Após visitar Irene hoje no Hospital fiquei um pouco mais tranquila. Esta noite foi muito difícil dormir” comentou Estefánia.
Em relação ao acidente, Estefanía Núñez disse que somente poucos segundos antes da queda percebeu a presença do partidor. “Quando vi o partidor, gritei para Irene, mas ela não conseguiu me ouvir e caiu. Corri até ela e já a vi inconsciente”, disse.
Em seu leito no hospital, Irene diz não se lembrar de quase nada do acidente: “Só percebi o que ocorreu quando já estava no chão. Sequer me lembro do choque com o partidor”.
Indagada sobre quem seriam os culpados pelo acidente que a União Ciclística Internacional (UCI) teria classificado como fato isolado, Irene foi enfática: “Para mim, os comissários da UCI tinham a obrigação de orientar os voluntários a retirar o partidor rapidamente após a largada. Os voluntários não podem ser responsabilizados porque não foram orientados de forma correta. Já os juízes e comissários participam de campeonatos em todo o mundo, portanto sabem muito bem como funcionam os procedimentos”, diz a atleta, que pretende entrar com uma ação legal contra os organizadores dos Jogos Sul-Americanos.
Questionada sobre o longo processo de recuperação que tem pela frente, Irene se mostra preocupada: “No momento tudo que quero é recuperar-me, voltar a andar e a pedalar. Isto é primordial”.