22 de novembro de 2024

UCI pode rever exigência de peso mínimo da bike em competições

A regra, estabelecida no ano 2000 e considerada por muitos como defasada, exige que as bicicletas utilizadas em competições tenham no mínimo 6,8kg

UCI Approved LabelA regra é clara. Desde o ano 2000, todas as bicicletas utilizadas por competidores em provas com a chancela da União Ciclista Internacional (UCI) tenham, no mínimo 6,8kg de peso total. A medida foi estabelecida por razões de segurança, de forma a garantir um mínimo de segurança para os atletas, já que na época a crença geral era que bicicletas abaixo deste peso poderia quebrar e colocar a vida dos ciclistas em risco (ironicamente, a obrigatoriedade do uso do capacete só foi implementada em 2003).

De lá para cá a tecnologia empregada na construção dos quadros aprimorou significativamente, permitindo que a indústria ciclística pudesse produzir quadros mais resistentes e leves (alguns chegam a pesas apenas 670 gramas!), sem deixar de lado o quesito segurança. Devido a isto, não é raro acontecer que mecânicos de equipes de ciclismo sejam obrigados a colocar “lastros” nos quadros das bikes, com o intuito de aumentar seu peso total e adequar-se às regras da UCI.

Segundo o consultor técnico da UCI, Dimitris Katsanis, em entrevista ao website Bike Radar, este panorama deverá der mudado em breve, com a troca da atual regra por uma norma ISO que se baseie, não pelo critério de peso, mas sim por requerimentos mínimos de segurança.

Isto permitirá que designers de bicicletas tenham a liberdade de desenvolver quadros ainda mais leves, com a incorporação de tecnologias como freios a disco, em bicicletas que serão utilizadas em grandes competições homologadas pela UCI, como o Tour de France e o Giro d’Italia.  

A Cannondale Super-Six Evo utilizada por Peter Sagan em 2012 teve o eixo original do pedivela substituido por um de aço, pesando 400g para poder se adequar à regra dos 6,8kg
A Cannondale Super-Six Evo utilizada por Peter Sagan em 2012 teve o eixo original do pedivela substituido por um de aço, pesando 400g para poder se adequar à regra dos 6,8kg

Katsanis acrescenta: “No ano 2000 não havia um norma de segurança para bicicletas, sendo que o consenso era que o limite de 6,8kg garantiria a mesma. De fato, construir uma bicicleta abaixo deste peso naquela época constituiria em um sério risco para os atletas. Seja como for, atualmente esta regra está um tanto quanto desatualizada”.

No próximo dia 20 de maio, uma comissão ISO composta por representantes de diversas agências de padronização/normatização como a britânica BSI e a norte-americana ANSI irão por em votação uma série de novos padrões e critérios para o ciclismo. Estes critérios – agendados para serem postos em prática a partir do segundo semestre deste ano.

Katsanis entretanto é categórico em recusar a determinar uma data de validade na regra dos 6,8kg por enquanto: “Esta implementação irá depender também da adequação dos fabricantes, que precisarão testar suas bicicletas antes de receber os novos certificados de segurança”, disse. “Isto poderá levar seis meses, um ano, ou mais. Vai depender do tempo de resposta dos fabricantes”.

Esta não foi a primeira vez que a atual regra foi posta em questão. Em 2011, o coordenador da UCI Julien Carron insinuou que a regra dos 6,8kg poderia ser trocada por uma nova norma que levasse em consideração critérios de segurança e não o peso final, como o sugerido por Katsanis.

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