24 de novembro de 2024
Mesmo com a falta de sinalização e iluminação das vias, 49% dos óbitos ocorre à noite - Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil

Maioria dos acidentes fatais com ciclistas no DF ocorre durante o dia

Detran mostra que, dos 528 acidentes fatais envolvendo bicicletas, de 2003 a 2013, mais da metade ocorreu durante o dia. Número de óbitos diminuiu 60,8% no período, mas quem pedala pelas vias do DF reclama da insegurança

Mesmo com a falta de sinalização e iluminação das vias, 49% dos óbitos ocorre à noite - Foto: Marcelo Ferreira / Correio Braziliense
Mesmo com a falta de sinalização e iluminação das vias, 49% dos óbitos ocorre à noite – Foto: Marcelo Ferreira / Correio Braziliense

Pedalar em Ceilândia, Planaltina, Samambaia, Taguatinga e São Sebastião é mais arriscado. Dos 528 acidentes envolvendo bicicletas na última década, 127, ou 24%, ocorreram nessas cinco regiões administrativas. Mas, independentemente do local, o perigo é ainda maior para quem anda de bike à noite e de madrugada. Levantamento do Departamento de Trânsito (Detran) revela que 51% dos óbitos registrados no período analisado decorreram de acidentes registrados durante o dia. Apesar de as tragédias envolvendo ciclistas terem dado um trégua de 2003 até o ano passado, ativistas cobram medidas que promovam mais segurança e incentivem o uso da bicicleta no dia a dia, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

A bandeira do fim do IPI para bikes é levantada por Ronaldo Alves, representante do Instituto Pedala Brasília — Mobilidade Sustentável. Ele acredita que o número de ciclistas na cidade tem aumentado e que o governo deve apoiar o movimento. “É importante que as pessoas não vejam a bicicleta apenas como lazer, mas, sim, como opção viável de transporte, por isso tentamos levar esse projeto para frente”, explica.

As estatísticas das fatalidades envolvendo os ciclistas trazem uma boa notícia. Na última década, houve redução de 60,8% nos acidentes com mortes. No ano passado, 27 perderam a vida enquanto pedalavam e, em 2003, este número ficou em 69. A redução entre 2013 e 2012 é de 15,6%. Em 10 anos, foram 534 mortos. De acordo com o diretor-geral do Detran, Rômulo Augusto de Castro Felix, a diminuição se deve ao atual mapa cicloviário do DF. “Quando criamos vias específicas para o ciclista, ele vai sair da via de trânsito, não porque está proibido de trafegar ali, mas porque se sente muito mais seguro na ciclovia”, acrescenta.

Já para Ronaldo, a diminuição no número de acidentes é um reflexo de um trabalho que vem sendo realizado por grupos da sociedade civil. “Perdi muitos amigos atropelados, mas estamos vendo alguns resultados de 10 anos para cá”, diz. No Distrito Federal, de acordo com dados da Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan), 227 domicílios têm bicicletas.

Fonte: Correio Braziliense, por Ailim Cabral e Adriana Bernardes

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