Um calor que chega até 34º em um dia de poucas nuvens no céu horas antes da partida entre Uruguai x Costa Rica. E o trajeto dos pontos interditados pela Fifa chega a 3km do estádio. Mas existia uma solução para os torcedores que foram ao estádio Castelão, neste sábado, em Fortaleza: bicicletas com vários bancos feitas de táxi para transportá-los.
Alguns torcedores mais cansados prefiram não encarar os longos trechos com pouca sombra e pagaram os R$ 10 cobrados por alguns dos “taxistas do pedal” para levá-los até a porta do estádio. A federação internacional de futebol não impede que bicicletas circulem nas redondezas.
Uma delas chegava a ter até sete bancos, todos com pedais para que os torcedores possam ajudar a pedalar e chegar mais rápido à entrada da arena.
“Vale, vale muito a pena pegar isso. É bem mais sossegado, cansamos bem menos e ainda temos nossos braços livres para para tomar a nossa cervejinha”, falou Fernando Milanello, que ia ao jogo com a camisa da seleção brasileira e mais seis companheiros juntos.
Somente nessa tacada a bicicleta taxi de Naílton Gomes já angariou R$ 70. Ele é o dono desse veículo e o trouxe na madrugada da região da praia para a do estádio. Diz que desde às 8h30 ele e mais dois companheiros já estavam a postos para as viagens.
“É bom que dá para angariar um dinheiro com isso. Ajuda bastante. Eu sou comerciante da cidade e trabalho com locação de bicicleta, mas vir pra cá em dia de jogo já pode garantir um extra a mais ainda”, explicou.
Naílton disse que teve a ideia de usar as bicicletas interligadas na Copa das Confederações e que em um dia de mito movimento chegou a lucrar até R$ 2.000.
Muitos dos torcedores presentes nas redondezas do estádio reclamaram das longas distâncias percorridas no sol e calor até chegarem à porta do estádio. “Ninguém merece caminhar nesse calor, isso é demais, é desnecessário”, reclamou o uruguaio Rodrigo Bstrada. “O acesso para chegar aqui é muito ruim, caminhar a essa hora do dia, com esse calor, não dá. É muito ruim isso pra nós”, endossou o companheiro Pablo Paladino.
A uruguaia Teresa Loureiro caminhava muito devagar com a sua família, com várias pausas para beber uma água em uma garrafa de dois litros que a família carregava. “Isso está sendo horrível. Por que não fazer um limite de três ou quatro quarteirões? Mas tudo isso, é necessário?”, questionou.
Fonte: UOL, por José Ricardo Leite