22 de novembro de 2024
Christian e Odair

Christian Fittipaldi: “Quero competir no Brasil Ride novamente”

Piloto fez parceria com Odair Pereira duas vezes na ultramaratona, mas ainda não sabe se conseguirá competir em 2014

Brasil Ride 2013Christian Fittipaldi pertence a uma família que é praticamente uma dinastia no esporte brasileiro. Por pelo menos três gerações o sobrenome Fittipaldi sempre esteve envolvido com as principais categorias do automobilismo mundial. Com sangue competitivo correndo nas veias, ele também procurou outros caminhos nos esportes de velocidade. Mais recentemente, o mountain bike se tornou uma paixão para ele.

Sempre em parceria com a IGP Sports, importadora das bicicletas Scott, Christian participou de um projeto envolvendo jovens ciclistas e por duas vezes esteve na maior ultramaratona para mountain bikers em território nacional: o Brasil Ride, que neste ano acontece entre os dias 19 e 25 de outubro, na Chapada Diamantina-BA.

Em dupla com Odair Pereira, um dos maiores nomes do MTB brasileiro, Christian disputou duas vezes a competição – e nesta entrevista conta os desejos de competir novamente em 2014.

Como foi para um atleta como você participar do Brasil Ride?

Christian Fittipaldi – Acredito que é um grande desafio para todo mundo. Seja para os atletas que estão lá para ganhar ou os que competem com o objetivo de terminar a prova. São seis dias intensos de competição, que deixam o corpo bastante cansado. É uma prova que eu costumo dizer ser o inferno e o céu. Tem momentos que são extremamente prazerosos, mas ao mesmo tempo tem outros que você quer que passem o mais rápido possível.

Quais foram as melhores e piores situações que você enfrentou? Como foi lidar com isso?

CF – Um que me lembro bem foi uma trilha que tinha cerca de 600, 700 metros só de descidas. Foi extremamente prazeroso, descendo direto. Incrível! Nos momentos difíceis, a gente não tem o que fazer… Tem que superar. Não posso simplesmente largar a bike no meio do mato, sair andando e dizer: “desisto”! A cada etapa você torce para conseguir terminar. E assim, uma de cada vez, você espera terminar todo o Brasil Ride.

Como é a preparação para o Brasil Ride? Tem alguma coisa especial?

CF – Acredito que tudo depende dos seus objetivos na prova. Você precisa medir suas capacidades e trabalhar dentro de suas habilidades no Brasil Ride. Feito isso, é só se posicionar diante da situação e fazer o seu melhor na prova. Acredito que um ciclista de base, que pedala sério e já tem o hábito de pedalar leva cerca de 2 a 3 meses. Isso pensando que seu objetivo é terminar a prova. Agora quem entra pra vencer precisa de um pouco mais de tempo.

Fale um pouco mais sobre a parceria com o Odair. O relacionamento da dupla é importante na disputa?

Christian e Odair
Christian e Odair

CF – Disputei por dois anos o Brasil Ride. O segundo ano foi melhor que o primeiro, pois eu tinha mais experiência. A única questão no segundo ano que disputei (2013) foi que não consegui terminar a prova. Quando foi no segundo dia eu quebrei a costela. Fui pedalando até o quinto dia, mas não aguentei mais. Queria muito ter terminado.

A minha relação com o Odair é ótima. Até porque a gente quase não briga. A única vez que discuti com ele foi durante um treino, nem era realmente o Brasil Ride, mas foi algo normal. Isso é muito importante durante a prova. Existem duplas que brigam durante a prova, mas isso é de cada um. Tem dias que cada um se sente de um jeito e é preciso respeitar isso.

Como era o convívio de vocês com os outros ciclistas durante o Brasil Ride?

CF – A gente quase não tem convívio. Lógico que quando a gente chega tem aquela festa, está todo mundo zerado, cheio de disposição. Mas na medida em que os dias vão passando, a nossa rotina é basicamente pedalar, comer, tomar banho e dormir. Fazemos a etapa, voltamos para o hotel e dormimos.

E para 2014? Você tem planos de competir o Brasil Ride nessa temporada?

CF – Planos eu tenho sim, mas ainda não tem nada fechado. Devo ter a resposta final nas próximas semanas. Quero deixar claro que se eu não disputar esse ano, não será por falta de vontade. Será por um problema de datas mesmo. E se não rolar esse ano, ano que vem estarei lá. Quero muito voltar, até porque eu não terminei o desafio a última vez que disputei e isso me motiva bastante a retornar ao Brasil Ride.

Como é morar nos Estados Unidos? Você participa de competições lá fora?

CF – Moro numa cidade pequena, praticamente uma comunidade, que se chama Key Descayne. Lá todo mundo pedala. É muito comum você ver grupos de ciclistas rodando pela cidade e eu costumo pedalar com eles. Outro fator que facilita é que moro do lado de bike park. Então, sempre estou em cima de uma speed ou MTB. Sempre estou pedalando até pela facilidade de você abrir a porta de casa e ter tantas possibilidades.

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