22 de novembro de 2024

O nome dele é Tito Caloi. Mas suas bikes são das marcas Tito e Groove

Tito Caloi aposta na fabricação de bicicletas de nichos para se diferenciar no país. Agora, ele estreia no varejo

Tito CaloiA paixão por bicicletas marca a vida de Bruno Antonio Caloi Jr. desde sua infância, quando visitava a fábrica da Caloi com seu pai. Bisneto do fundador da marca que se tornou sinônimo da categoria no país, Tito, como é conhecido no mercado, ajudou seu pai a transformar a empresa, então familiar, em uma das dez maiores fabricantes mundiais do produto com investimentos em qualidade e a diversificação de portfólio.

Ele, no entanto, tomou outros rumos com a venda da companhia, em 1999, para o empresário Edson Vaz Musa. Dez anos depois, impulsionado pelo crescimento do mercado local e o desenvolvimento do segmento de bicicletas voltadas para a mobilidade nas grandes cidades, criou a sua própria marca, a Tito Bikes. Naquele ano, o país havia comercializado 5,3 milhões de bicicletas, número superior a produção interna e que fez com que o Brasil ocupasse a terceira posição no consumo de bikes.

Agora, ele investe no varejo, com a recém inaugurada loja-conceito Adoro Bike, que traz todos os modelos das marcas Tito e Groove Bikes, além de acessórios, como capacetes da Nutcase e bermudas da israelense Funkier. O espaço, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, foi projetado por Milene Nowicki, que realizou uma pesquisa em lojas de bicicletas de cidades como São Francisco, Barcelona e Londres.

Fachada da loja-conceito Adoro Bike, de Tito Caloi
Fachada da loja-conceito Adoro Bike, de Tito Caloi

“A Adoro Bike pretende ser mais que uma loja, mas um local dedicado a quem curte a bicicleta, oferecendo em breve várias atividades como curso básico de mecânica para iniciantes e pedal urbano, além de contar com o Shimano Service Center, autorizada da marca japonesa que é referência em marchas para duas rodas, para manutenção das bikes”, acrescenta Caloi. Esse contato mais próximo com o consumidor final deve servir ainda como laboratório de inovação, uma das características do empresário no mercado.

“A Tito é uma marca voltada ao life style, para pessoas que valorizam o design e inovação sem abrir mão de qualidade e sofisticação. Os modelos são muito diferenciados do que existe no mercado. Desenvolvemos nichos que não eram atendidos até então”, diz Caloi, que se considera um esportista de fim de semana.

Hoje, além da Tito Bikes, Caloi se juntou a Caio Salermo e Sergio Gallo. fundadores da Soul Cycles, para criar a marca Groove Bikes, voltada para o seguimento do mountain bike.

Groove Riff 70: Rodas 27.5" e grupo transmissor Shimano Deore/SLX a preço competitivo
Groove Riff 70: Rodas 27.5″ e grupo transmissor Shimano Deore/SLX a preço competitivo

As bicicletas das duas marcas são projetadas e montadas no país, com componentes vindos do Japão, Taiwan, China e Cingapura. Os cerca de trinta modelos — que com variações de tamanhos e cores chegam a mais de 150 opções — custam entre R$ 1.500 e R$ 5.000 e saem da fábrica em Mococa, interior de São Paulo, que produz 50 mil bicicletas por ano e este mês ganha uma segunda linha de montagem.

O mercado caminha para produtos de mais qualidade, mas com preços acessíveis”
Tito Caloi

A concorrência com produtos chineses parece não assustar o empresário, que acredita que produtos pensados para o mercado local são o segredo do sucesso. “Como somos brasileiros, podemos oferecer produtos em sintonia com o mercado, além de ter assistência técnica em todo o país. Isso faz com que nossos produtos não possam ser comparados aos chineses”, ressalta ele.

Para ter um design diferenciado Tito recorre à ajuda da mulher, Graziella Beneduci, que empresta sua experiência com moda e luxo e traz as tendências em relação a cores e formas. Além dela, uma das filhas do casal, formada em Design pela Saint Martin University de Londres, também dá seus pitacos. “Todos os meus cinco filhos, que tem idade de 12 a 29 anos, contribuem para o negócio”, afirma Caloi, único da família a ainda trabalhar no ramo.

Apesar de bem aceitas por aqui, as bicicletas da Tito Bikes e da Groove ainda não chegam a outros países, pois, afirma Caloi, o alto custo do Brasil faz com que o país não seja competitivo como plataforma de exportação. “Enquanto vários países incentivam o uso da bicicleta como uma alternativa sustentável de mobilidade urbana, nosso país pune o uso com uma das mais altas cargas tributárias do mundo. Para se ter uma ideia do descompasso, no Brasil a bike paga mais imposto do que o automóvel”, diz ele. “Para expandir o mercado é necessário reduzir a carga tributária e numa política de exportação para o setor”, completa.

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