24 de novembro de 2024
Katia optou pelo modelo elétrico para driblar o calor do Rio de Janeiro, mas garante que pedala também

Aos 50 anos, médica troca carro por e-bike: “É como um antidepressivo”

Aos 50 anos, a médica carioca Katia Rebello adotou um novo meio de transporte. Desde abril, ela deixa o carro na garagem e vai de bicicleta elétrica para o trabalho.

Katia percorre de dez a quinze quilômetros por dia, entre sua casa no Humaitá e os consultórios em Copacabana e Ipanema, na zona sul do Rio.

A opção pelo modelo elétrico foi uma forma de driblar o calor. Mas ela garante que pedala. Sua e-bike, que custou cerca de R$ 2.000, pode ser usada de três formas: apenas na bateria, apenas no pedal e no modo misto (assistido), seu favorito.

Neste modo, a energia produzida quando ela pedala é aproveitada pelo motor, reduzindo o esforço necessário para se locomover. Assim, Katia consegue chegar ao consultório – onde não há vestiário – pronta para receber os pacientes.

A médica ginecologista conta que decidiu trocar o carro pela bicicleta para fugir do trânsito do Rio de Janeiro, poluir menos e praticar exercício. Mas ela diz que foi surpreendida por outro efeito: o novo estilo de vida fez muito bem para a cabeça, reduzindo o estresse e o mau humor. “É um comprimido de antidepressivo”, compara.

Em meio à polêmica em torno da construção de novas ciclovias em São Paulo, a médica defende que mais espaços destinados ao ciclistas sejam implementados também no Rio de Janeiro.

O trajeto que ela percorre para o trabalho é quase todo coberto por ciclovias. “Quando preciso ir pela rua, me sinto com a vida ameaçada”, conta.

“Eu trabalho na Rua Xavier da Silveira, em Copacabana, uma das poucas que tem uma ciclovia. Eu mesma já andei por ela de carro e pensei: para que isso existe? Não passa ninguém aqui. Poderia passar mais um carro e fica esse inferno de engarrafamento. E aí de repente eu virei uma pessoa que anda de bicicleta e é engraçado ver pelo outro lado”, diz Katia.

Feliz com sua experiência, Katia torce pelo aumento do número de ciclovias na cidade:

“Eu acho que tem que ter mais ciclovia, pois isso permite que mais pessoas se sintam seguras para começar a andar de bicicleta. E aí, se mais pessoas andarem, vai ficar melhor, porque as pessoas vão ficar mais educadas sobre o uso da bicicleta e a convivência entre motoristas e ciclistas nas ruas vai melhorar”.

“Já é assim em outros países. Eu andei de bike alugada em cidades da Dinamarca e da Noruega e lá é um mar de bicicleta. O carro é a minoria”, completa.

Fonte: BBC Brasil, por Mariana Schreiber

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