Um grupo de ciclistas deu início este ano a um projeto de cicloviagem ao redor do mundo para divulgar o problema da Esclerose Múltipla, doença degenerativa que afeta milhares de pessoas em todo o mundo.
O grupo Multiple Sclerosis World Cycling Tour, que durante um ano pretende percorrer 16 mil quilômetros distribuídos em 23 países em cinco continentes, é formado pelos franceses Thomas Balloy, Nicolas Lefèvre, Gérard Guillouzic, Yvan Guillouzic (filho de Gérard), Benoit Le Quentrec e Youen Le Quintrec, que irão utilizar a bicicleta como meio de transporte para se encontrarem com associações de pesquisa e tratamento da doença em todo o mundo, além de trocar experiências com pessoas que vivem o dia a dia com a enfermidade.
Aliás, a troca de experiência é um dos tópicos-chave, já que um dos membros da expedição, Gérard, é vítima da esclerose múltipla.
Para a realização do projeto, que levou um ano de planejamento e captação de recursos, estão sendo utilizadas três bicicletas e uma tandem, que transporta o reboque de Gérard. Todo o material utilizado (bicicletas, barracas, material de camping e alforges) foi fornecido pela marca francesa B’Twin, patrocinadora do projeto.
“Utilizamos uma barraca para 8-10 pessoas que, devida a sua altura, nos permite ficar em pé enquanto carregamos Gérard para seu interior. Além das bicicletas, utilizamos um reboque para crianças, usado para transportar uma cadeira de banho e uma cadeira de rodas. Trabalhamos em conjunto com a B’Twin para adaptar algumas partes do equipamento que tiveram que ser adaptados para a viagem”, diz Yvan Guillouzic.
Atualmente, o grupo encontra-se na Polônia, após mais de 2.500km percorridos através da Bélgica, Luxemburgo, Alemanha e República Checa. A primeira troca de continante ocorrerá em Helsinki Finlândia, onde os ciclistas embarcarão em um avião rumo a Montreal, no Canadá.
Entendendo a Esclerose Múltipla
A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o cérebro e a medula espinhal (sistema nervoso central). Isso acontece porque o sistema imunológico do corpo confunde células saudáveis com “intrusas”, e as ataca provocando lesões no cérebro. O sistema imune do paciente corrói a bainha protetora que cobre os nervos, conhecida como mielina.Em geral, a doença acomete pessoas jovens, entre 20 e 30 anos, e provoca dificuldades motoras e sensitivas.
Não se conhecem ainda as causas da doença. Sabe-se, porém, que a evolução difere de uma pessoa para outra e que é mais comum nas mulheres e nos indivíduos de pele branca que vivem em zonas temperadas.
O diagnóstico é basicamente clínico, complementado por exames de imagem, por exemplo, a ressonância magnética.