Principal prova de Ciclismo disputada em território africano é a mais nova vítima da doença, que já matou milhares de pessoas no continente
Prestes a completar seu aniversário de 27 anos, a principal prova de ciclismo de estrada realizada na África, o Tour de Faso, teve sua edição 2014 cancelada por seus organizadores devido ao surto de Ebola que atinge o continente africano.
A epidemia da doença, que atinge de forma descontrolada várias regiões da África, fez com que a União Ciclística Internacional (UCI) e o governo de Burkina Faso decidissem pelo cancelamento da prova, que seria realizada no próximo dia 23 de outubro, devido ao risco real de contaminação.
“O ebola já é uma realidade presente em vários países do sul do continente. Achamos prudente evitar eventos com grande afluência de público. Devido à gravidade da doença, nossa responsabilidade nos obriga a tomar todo tipo de precauções, entre elas suspender uma série de atividades públicas, onde se inclui o Tour de Faso”, declarou o porta-voz do governo de Burkina Faso, Alain Edouard Traoré à Agência France Press.
Para este ano, quinze equipes de doze países (Alemanha, França, Países Baixos, Bélgica, Argélia, Burkina Faso, Benin, Camarões, Costa do Marfim, Mali, Marrocos e Togo) participariam da prova.
Cancelamento pode gerar punição – O cancelamento do Tour de Faso pode acarretar outro problema, desta vez de origem burocrática. Segundo a Federação de Ciclismo de Burkina Faso, a organização corre o risco de ser punida pela UCI, que estabelece que o cancelamento de uma prova deveria ser anunciada com pelo menos seis meses de antecedência. Segundo a Federação, não há nenhuma cláusula no regulamento da UCI que preveja o cancelamento por questões de saúde pública.