Na ciclovia da Barrinha, ciclistas andam em círculo sem chegar a lugar nenhum. Ciclofaixa acabou com vagas de estacionamento, reclamam moradores e comerciantes
A cidade do Rio de Janeiro, que conta com uma malha cicloviária de 380 km, a maior da América Latina. Embora com uma extensão invejável, muitas de suas ciclovias recém-construídas já apresentam problemas devido a falta de planejamento.
De acordo com reportagem publicada no Bom Dia Rio, o Largo da Barra da Tijuca, situado na Zona Oeste da cidade, ganhou espaço exclusivo para os ciclistas há uma semana, mas que não obedece a nenhuma lógica: O ciclista sai, pedala um pouco e chega no mesmo lugar. Outra ciclovia, localizada na Praça Desembargador Araújo Jorge, apresenta o mesmo problema. “O jeito é ficar dando voltas na praça”, reclama o guardador de carro Paulo César Pinheiro Francisco.
Além de não ter uma utilidade prática, a via ainda apresenta riscos para os ciclistas: “Aqui, os motoristas não param para respeitar a bicicleta e nem o pedestre”, diz o administrador de empresa Daniel Koschnir sobre uma cena comum: carros circulando em cima da faixa exclusiva para ciclistas.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), transitar com o veículos automotores em ciclovias ou ciclofaixas é considerada infração gravíssima, com perda de sete pontos na carteira e a multa de R$ 574,62.
Na Estrada do Joá, a ciclovia instalada e sinalizada recentemente, termina abruptamente cem metros após seu início. Além de não possuir utilidade aparente, ainda atrapalha o comércio, de acordo com Rommel Cardozo, proprietário de um restaurante da região. “As ciclovias acabaram com várias vagas regulamentadas. Não tem mais lugar para carga e descarga. O comércio de 70 anos ficou sem vagas para clientes”, disse.
Já a empresa prestadora de serviços que é responsável pelo projeto se defende: “Bicicleta na cidade junto com o trânsito é coisa nova. A prefeitura está trabalhando duro não só para nova infraestrutura, mas também para fazer um programa de educação. Em breve, vai ter um programa de educação e informação para as pessoas. É o primeiro passo para uma rede maior”, justifica Warner Vonk, proprietário da empresa.
Em nota divulgada a imprensa, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente esclarece que todo o projeto foi discutido com os moradores e com a Subprefeitura da Barra da Tijuca. O percurso das ciclovias ou ciclofaixas depende das condições do local e da aprovação da engenharia de tráfego. Ainda de acordo com a SMA, a nova ciclovia da Barrinha faz parte do plano cicloviário da Barra, ainda em fase de construção, que ligará a área à futura estação da Linha 4 do metrô.
Em uma segunda etapa, a comunidade do Castelo das Pedras também será ligada à estação, formando uma malha viária de oito quilômetros, concluiu a Secretaria.