22 de novembro de 2024
Silvana ao lado de Maira Nogueira e do marido Fernando - Foto: Scott / Divulgação

Com apenas 3% da visão, atleta busca vaga nos Jogos Paralímpicos Rio 2016

Deficiente visual, mãe de quatro filhos e apaixonada por ciclismo. A atleta de Franca (SP), Silvana Chimionato, superou uma doença degenerativa nos olhos (coroidose miópica) para sonhar com uma vaga nos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro (RJ). Com os apoios da Scott e Pedal Pro, a ciclista de 44 anos encara neste ano um dos maiores desafios da sua carreira: terminar 2015 no Top 3 do ranking brasileiro para participar da competição mais importante do mundo na modalidade.

Atleta desde sempre, Silvana começou a perder a visão gradativamente em 2012. A doença a deixou apenas 3% da visão do seu olho direito e nada no esquerdo. Mesmo assim, a francana não se deixou abater e, logo após se adaptar a uma rotina sem enxergar, encontrou uma maneira de manter o esporte em sua vida.

“Eu sempre pedalei. No início era amador mesmo, quando praticava ciclismo por lazer e disputava algumas provas na região de Franca. Depois que perdi a visão quis seguir no esporte e até tentei atletismo durante um tempo, mas não era pra mim. Aos poucos voltei a pedalar. Foi quando meu marido e eu compramos uma bicicleta Tandem (para duas pessoas) para treinar e voltar a encarar corridas por aqui”, conta Silvana.

O começo foi complicado. A atleta não encontrava provas com a uma categoria exclusiva para deficientes visuais, sendo obrigada a encarar trajetos com os atletas convencionais. Mesmo assim, com seu marido Fernando Chimionato como guia, Silvana voltou a frequentar um dos lugares que mais gostava nas competições: o pódio.

É um sonho! Vamos trabalhar bastante e seguir treinando para conquistar essa vaga”

“Foi quando comecei a ficar ainda mais empolgada e tive a vontade de buscar uma prova de nível nacional. Lutei, treinei bastante e consegui atingir o índice para disputar a última etapa do Campeonato Brasileiro. Durante 90 dias fiz a preparação com minha nova guia, a Maira. O Fernando não podia, pois a regra exige atleta e guia do mesmo sexo. O resultado foi ótimo! Consegui a medalha de bronze na categoria Estrada e a prata na Contra-Relógio. Foi minha estreia em uma prova de grande porte”, diz a atleta apoiada pela Scott.

Com Maira Nogueira Murakami como sua guia, os resultados lhe garantiram a vaga no Campeonato Brasileiro dessa temporada. Os próximos desafios de Silvana serão as etapas nacionais nas cidades de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Aracaju (SE) e São Paulo (SP). O objetivo é se manter entre os três primeiros colocados no ranking até o final do ano e, consequentemente, garantir a vaga nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

“É um sonho! Vamos trabalhar bastante e seguir treinando para conquistar essa vaga”, diz a competidora.

Maternidade – Além da série forte, Silvana ainda tem outra função muito importante: ser mãe. A rotina de cuidar de quatro filhos não permitiu que essa grande atleta buscasse seus objetivos.

“Tenho quatro filhos de 21, 20, 17 e 11 anos, respectivamente. O jeito que encontro é treinar às 4h30 da manhã (risos). Chego às 7h30 em casa. A minha filha mais velha, que tem 21 anos, leva os mais novos pra escola e de lá vai pra faculdade. Eu tenho um comércio na cidade (Franca) que abre às 8h, então já fico pronta depois do treino para trabalhar”, afirma Silvana.

“É muito bom falar sobre isso, pois tem muita gente na minha situação que deixa de competir uma prova de bike pela falta de espaço para deficientes visuais. O apoio que a Scott dá, fornecendo a bicicleta, luvas, sapatilhas e capacete é muito importante. Sempre pedalei com bicicletas da marca e tenho certeza que juntos traremos ótimos resultados”, completa a atleta.

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