Embora durante décadas tenha sido o material preferido na construção de quadros para bicicletas devido as suas características de baixo custo, facilidade de soldagem e conforto, o aço é mais pesado e menos resistente se comparado às modernas ligas de titânio utilizadas em alguns quadros e componentes de bicicleta. Por outro lado, os custos de produção de quadros de titânio ainda são muito altos, fazendo com que os fabricantes optem por construir quadros de bicicleta topo de linha em fibra de carbono, mais acessível.
Segundo os pesquisadores em metalurgia da POSCO, empresa sul-coreana que é a 3ª maior produtora de aço do mundo, o grande desafio na construção de novas ligas de aço é combinar as melhores características do aço e do titânio sem adicionar um alto custo de produção. Segundo os metalúrgicos, a meta é obter um material que viabilize a construção de quadros resistentes, leves e com uma fração do preço dos quadros de alta gama atuais.
A nova liga é cerca de 13% menos densa se comparada a uma liga convencional de aço-carbono e possui a mesma proporção resistência-peso de ligas de titânio. Para isto, foram adicionadas à liga básica de ferro e carbono metais em proporções variadas, como cromo, molibdênio e magnésio, além de elementos como fósforo, silício e enxofre.
O grande segredo da nova liga entretanto é a adição de alumínio em sua composição, metal muito menos denso que o ferro e com preço similar. Embora a indústria metalúrgica mundial já tenha experimentado antes essa combinação, via de regra resultava em um material quebradiço, inútil para utilização na indústria ciclística. Para evitar isto, os pesquisadores sul-coreanos adicionaram uma dose de níquel à mistura, criando pequenos cristais dentro da liga de aço que impedem a fragmentação em nível molecular.
As ligas produzidas em laboratório revelaram-se muito leves e resistentes à fadiga, tornando-se um material de altas possibilidades de uso na fabricação de peças, componentes e quadros para bicicletas.
A POSCO já deu início a produção dos primeiros 40kg da nova liga, que serão utilizados para teste em uso aeronáutico.
De acordo com o coordenador de pesquisas da POSCO, Hansoo Kim, tubulações produzidas neste material estarão disponíveis aos construtores de quadros de bicicleta em cerca de quatro anos.