Conforme o estudo, os adeptos dessa modalidade de transporte esperam melhorias nas ciclovias. Para 97%, ciclovias atrairão mais pessoas, já que o medo de pedalar na rua, devido ao desrespeito no trânsito, é uma realidade. Na avaliação de 81%, o maior problema decorre do comportamento de motoristas de ônibus e caminhões; 76% citaram, também, condutas de quem está nos automóveis e nas motos.
A falta de rotas seguras e bem estruturadas para ciclistas faz com que 64% das pessoas ouvidas pela pesquisa não utilizem a bicicleta nos deslocamentos. E 77% dos que andam de bicicleta relataram que o alcance das ciclovias e ciclofaixas nas localidades em que vivem não atendem às necessidades da população.
A insegurança provocada pela criminalidade também preocupa: 37% das pessoas não costumam deixar as bikes em locais públicos, pois têm medo de furto, e 35% preferem deixá-las onde possam vê-las.
Mais ciclistas, mais serviços – Esse movimento exige atenção de empresários do comércio e serviços. Conforme o levantamento, nove em cada dez ciclistas avaliam que os estabelecimentos comerciais não estão preparados para a bicicleta. Faltam, por exemplo, paraciclos, suporte físico em que a bicicleta pode ser presa.
Além disso, há uma demanda crescente por serviços e produtos relacionados ao hábito, que podem significar novas oportunidades de negócios. “O comércio terá que perceber esse aumento de demanda, investir em tecnologia e infraestrutura, além de produtos e serviços personalizados”, diz Douglas Oliveira, sócio da Thinking Insight.
Dos entrevistados, 75% disseram que gostariam que os postos de gasolina oferecessem assistência e 64% falaram que gostariam de um serviço de seguradora, que pudessem prestar atendimentos diante de imprevistos com a bike.
Renato dos Santos, outro sócio da empresa, destaca, ainda, a possibilidade de utilização de novos softwares e aplicativos, que permitam a identificação de problemas nas rotas de bicicleta para gestão pública e até de compartilhamento de informações entre os adeptos do ciclismo.
Para eles, esse cenário é uma oportunidade para que a bicicleta seja vista, cada vez mais, como alternativa para melhorar a mobilidade urbana, a saúde da população, reduzir os níveis de poluição e movimentar a economia.
Pedalando na cidade – O monitoramento identificou alta nas buscas sobre o tema no Google e nas referências em redes sociais. Entre os dados apurados está, por exemplo, o de que mais de seis milhões de pessoas residentes no Brasil curtem assuntos relacionados à bicicleta em páginas do Facebook.
Para a pesquisa, também foram aplicados 1.093 questionários on-line a pessoas que andam ou não de bicicleta. Dos que responderam, 77% utilizam a bike. Mas, do total, 32% fazem uso como meio de transporte. O levantamento foi realizado em janeiro de 2015.
Fonte: Agência CNT de Notícias, por Natália Pianegonda