Ao lado do holandês Bart Brentjens, atleta brasileiro chegou a sua terceira vitória na competição, marca inédita na história do MTB brasileiro
De volta ao Brasil, o tricampeão da Cape Epic na categoria Master, Abraão Azevedo fala das emoções de competir por 739 km, em uma prova que levou oito dias para ser completada. “Essa terceira vitória foi a mais difícil das três. Sentimento de dever cumprido e de que toda a dedicação e empenho valeu a pena”, disse.Pedalando uma Scott Spark 700 RC e com o holandês Bart Brentjens ao seu lado, o maratonista conquistou uma posição unanime, nunca antes alcançada por um brasileiro. Abaixo, confira a entrevista que ele concedeu assim que retornou ao país. A Scott parabeniza o atleta e tem orgulho de contribuir para essa conquista histórica!
[SCOTT] Qual a sensação de ser tricampeão mundial da Cape Epic?
[Abraão Azevedo] Senti uma grande emoção, pois essa terceira vitória foi a mais difícil das três. Sentimento de dever cumprido e de que toda a dedicação e empenho valeu a pena.
A Scott Spark 700 RC colaborou para esse título?
A bike funcionou como um relógio em todos os estágios: subidas, downhill, curvas, planos e trilhas. Perfeito para mim! Meu “trabalho” era só colocar óleo na corrente, conferir os líquidos nos pneus, retirar os espinhos… E pronto para o dia seguinte.
Qual foi o maior desafio da prova deste ano?
A dupla Nico e Rob… A partir da primeira etapa ficamos com uma diferença de pouco mais de 1 minuto e, durante os quatro estágios seguintes, fomos para o Sprint final juntos. Eles venceram três dias seguintes e a cada dia tiravam alguns segundos.
Poderia fazer um balanço por dia de prova, em termos de desafios e privilégios de cada um deles?
Prólogo: dia rápido, menos de 1 hora. Ficamos em segundo lugar apesar de termos feito o nosso melhor.
1ª etapa: vencemos. Abrimos uma diferença importante apesar de muita dificuldade e um ritmo muito forte.
Etapas 2,3, e 4: fizemos a melhor possível. Fomos para a chegada e perdemos todos os dias. Nico estava descendo muito bem. Resolvemos mudar a estratégia para o dia seguinte (defendemos a camisa de líder).
Etapa 5: procurei forçar nas subidas para descer na frente, apesar de irmos para a chegada, vencemos.
Etapa 6 e 7: andamos no 100% e vencemos.
Teve algum momento mais difícil, que exigiu da parte emocional e física?
Sim. Em vários momentos, cheguei a pensar que perderíamos a liderança, em especial no estágio 5, quando o Bart furou o pneu traseiro… Mas superamos!
E qual foi o mais marcante?
Com certeza o estágio 5. Considero a etapa rainha: com pneu furado e vitória no final.
Dentro de seu desempenho na prova tem algo a melhorar para próximas maratonas como esta?
Preciso me posicionar melhor no início dos estágios para poupar energia.
E o que melhorou com relação às edições anteriores?
Não tive tudo correndo bem durante minha preparação. Sofri um acidente com um veículo durante um dos treinos. Por isso, tive de interromper os exercícios, o que comprometeu um pouco minha performance na prova.
Como foi a parceria com holandês Bart Brentjens por mais um ano?
Tivemos uma boa semana. Muito trabalho duro, mas valeu a pena! Gostamos do desafio. A vitória tem um sabor especial quando ele é mais difícil. Fomos testados ao limite e ao final de todos os dias pensávamos: “o que podemos fazer pra melhorar?”.
A Rapadura é doce mas não é mole! [risos]