Filme escrito e dirigido por James Erskine mostra um lado pouco conhecido de Pantani, que mesmo sempre cercado de pessoas e muito glamour, revela-se uma pessoa sozinha
A rede de streaming de vídeos Netflix disponibilizou para seus usuários do Brasil o documentário Pantani: A Morte Acidental de Um Ciclista (Pantani: The Accidental Death of a Cyclist), que acompanha a trajetória de vida do italiano Marco Pantani, um dos maiores expoentes do esporte em todo o mundo.Lançado em 2014, o filme é escrito e dirigido por James Erskine (A Batalha dos Sexos) e produzido por Victoria Gregory, cujo currículo inclui o premiado filme Senna, um filme biográfico sobre o piloto brasileiro de Fórmula 1.
No documentário, Erskine mostra um lado pouco conhecido de Pantani, que mesmo sempre cercado de pessoas e muito glamour, revela-se uma pessoa sozinha.
Para a realização do documentário, foram utilizados arquivos de corridas com noticiários contemporâneas, reconstruções estilizados e entrevistas com amigos, familiares e adversários de Pantani, com depoimentos de Bradley Wiggins, Evgeni Berzin e Greg LeMond.
Il Pirata
Nascido na cidade italiana de Cesena, Marco Pantani ainda é considerado um dos melhores escaladores de todos os tempos. O ponto alto de sua carreira foi o ano de 1998, quando venceu o Giro d’Italia e o Tour de France, as duas competições mais importantes do esporte.A bandana que Pantani usava em sua cabeça e seu estilo de ataques individuais tornaram-no mais conhecido como ‘Il Pirata’ (O Pirata) pela torcida e pela imprensa italiana. Entretanto, em 1999, sua carreira começou a decair, em virtude de um suposto envolvimento com doping. Nesse ano, foi reprovado em um exame de sangue realizado durante o Giro.
Fora das corridas durante todo o ano, retornou ao Tour no ano 2000. Embora longe de mostrar a performance espetacular que o caracterizou, Pantani ainda teve um duelo incrível com Lance Armstrong na subida do legendário Mont Ventoux, quando deixaram para trás todos os demais competidores. Ao final da etapa, Armstrong permitiu a vitória de Pantani, o que o deixou ressentido. Foi a última vitória importante do ‘Pirata’.
Apesar de todas as acusações sobre doping, Pantani continuou extremamente popular entre seus fãs, já que muitos eram nostálgicos do período em que os escaladores explosivos – que atacavam e venciam as etapas de montanha -, dominavam a cena esportiva do ciclismo.
Em 2003, Pantani internou-se em uma clínica com sintomas de depressão, e as esperanças de vê-lo novamente nas grandes competições esvaneceram-se. Em 14 de fevereiro de 2004, morreu subitamente em um hotel de Rimini, no litoral adriático. A autópsia revelou que ele morreu em virtude de uma parada cardíaca, provocada por overdose de cocaína.