Viviane Favery e Loris Verona Junior enfrentam neste sábado (15) mais de 160 km de trilhas na Leadville Trail 100 MTB
Pedalar por mais de 160 km com 3.900 metros de subidas acumuladas, em uma altitude média de 3.000 metros. Esse será o desafio da dupla Viviane Favery (Specialized Factory Racing Team) e Loris Verona Junior (Embaixador Specialized), neste sábado (15), durante a edição de 2015 da Leadville Trail 100 MTB, no Colorado (EUA). No Brasil, o atleta júnior Érick Bruske, da AOO Specialized, também representa a marca norte-americana, na 8a. Volta Ciclística de Brusque, sábado e domingo (16).
Apesar de o Brasil não ter locais similares ao da Leadville Trail 100 MTB para treinamento, com altitudes variando entre 2.800 a 3.700 metros, a dupla buscou fazer em solo brasileiro uma preparação física simulando os desafios que serão encontrados no Colorado. “No Brasil você pode simular a quilometragem, a altimetria, o terreno, fazer treinos para melhorar o VO2, mas mesmo com tudo isso, você sofrerá com a falta de oxigênio no local da competição”, destaca Loris.
“Depois de vencer o Warm Up do Brasil Ride meu foco passou a ser 100% a Leadville. Esse preparo significou, basicamente, melhorar ao máximo minha eficiência na zona 3 de intensidade, ou seja, o objetivo era conseguir andar o máximo de tempo possível perto do meu limiar (limite de divisão entre metabolismo essencialmente aeróbio e metabolismo essencialmente anaeróbio). Para isso, treinos mais longos, com muita subida e com pouca ou quase nada de trilha, foram realizados”, explica Vivi.
Se no Brasil as altitudes encontradas no desafio norte-americano não fazem parte na geografia local, a alternativa escolhida pela dupla foi realizar um grande período de aclimatação. “O maior desafio em Leadville não é a distância ou o acumulo de subidas, mas sim a altitude. É uma das cidades mais altas dos EUA, a 3.500 m do nível do mar. O corpo precisa se adaptar à menor quantidade de oxigênio no ar”, avalia Vivi. “Chegamos com dez dias de antecedência em busca de aclimatação para minimizar os efeitos da altitude e isso tem sido positivo, pois nota-se diferença entre os primeiros dois ou três dias para o sexto em diante”, conta Loris.
Troca de experiência e conhecimento – Enquanto Loris já disputou a prova em 2014, Vivi fará sua estreia na competição. “A Leadville Trail 100 MTB não é uma prova de mountain bike tradicional, e tem uma característica peculiar: seu percurso é 80 km indo e 80 voltando pelo mesmo caminho. É preciso ter sabedoria para encontrar um ritmo forte, mas não forte demais. Depois de superar os primeiros 20 a 30 km de prova, preciso focar no meu próprio ritmo, e vou utilizar muito os dados de frequência cardíaca e potência para isso” relata Vivi.
“Essa prova é uma pedreira. Corri aqui no passado e sai com um resultado bastante positivo, porque entre aproximadamente 1500 inscritos, larguei do último “curral” e consegui cruzar a linha com 8h02min entre os Top 70 da prova”, relembra Loris. “Espero largar bem, pois estarei no bloco da frente este ano, colado com o campeão de 2014, o americano Todd Wells, da Specialized Factory Team USA. Espero completar a prova entre os 40 primeiros e tentarei fechar com o tempo próximo a 7h30”, completa.