Ciclista que se mantinha equilibrado sobre a bicicleta sem pedalar confundiu os sensores do veículo da Google, que ficou sem saber se seguia adiante ou freava bruscamente
Um ciclista de Austin, no estado norte-americano do Texas, postou este mês seu relato de um estranho comportamento de um dos veículos autônomos do Google que, apesar de toda a tecnologia e segurança que o envolve, não conseguiu reconhecer a atitude do ciclista parado em um cruzamento.O ciclista disse ao jornal The Washington Post que aguardava o semáforo abrir fazendo track stand em sua bicicleta fixie, manobra na qual o condutor mantém a bicicleta parada na posição vertical e tenta manter o equilíbrio sem tirar os pés do pedal.
Logo à sua frente, estava um dos automóveis autônomos do Google que, pela posição, detinha a preferência de passagem. Quando o semáforo deu sinal verde, algo inusitado aconteceu: o veículo não conseguiu identificar a atitude do ciclista atrás e, confuso, passou a acelerar e frear bruscamente.
Ao que parece, a manobra de trackstand confundiu os sensores do veículo, que não conseguia ‘compreender’ como um ciclista poderia ficar equilibrado em duas rodas sem sair do lugar. Geralmente, essa manobra requer que o usuário se movimente para frente e para trás para não cair da bicicleta e a posição do condutor é quase a mesma se ele estivesse de fato andando na “magrela”.
Dessa forma, o carro do Google não pode concluir se avançava o sinal ou se continuava parado – mesmo estando na dianteira do ciclista.
Durante o incidente, dois funcionários do Google que estavam dentro do veículo conversaram com o ciclista. Bem-humorados, eles afirmaram que eles e o ciclista acabaram dando risadas com o ocorrido. Os funcionários disseram que não interferiram na ação para ver como o carro reagiria naquele instante.
É importante destacar que ninguém saiu ferido e que todo o acontecimento foi registrado pelos profissionais da empresa.
Segundo o porta-voz do Google, situações como essa são um bom exemplo de como imprevistos podem contribuir para aprimorar o software do automóvel.
Ao que parece, a atitude conta com a aprovação do ciclista, que declarou à imprensa ter se sentido mais seguro perto de um carro que dirige sozinho do que se fosse um veículo conduzido por um motorista humano.
Segurança é prioridade – Desde que anunciou o desenvolvimento de carros sem condutores, o Google sempre destacou que a segurança é o principal fator levado em consideração neste projeto. Embora a tecnologia obviamente ainda precise evoluir, nos últimos dois anos o Google destacou alguns pontos essenciais que reforçam o compromisso da empresa em manter a segurança de pedestres, ciclistas e outros motoristas.
O modelo autônomo possui sensores que ampliam o campo de visão das câmeras instaladas, possibilitando monitorar o que está acontecendo até uma distância de dois campos de futebol. Além disso, a estrutura do automóvel é fabricada utilizando componentes menos pesados que os de um carro comum, como espuma na parte dianteira e materiais flexíveis na composição do para-brisa.
O carro também vem equipado com dois sistemas distintos de frenagem e direção para evitar acidentes, o que significa que se um dos mecanismos apresentar falha o outro entra em ação automaticamente. Mesmo autônomo, o automóvel possui volante, pedais de freio e acelerador, caso seja necessário que algum motorista humano assuma o controle da máquina.
Fonte: The Washington Post