22 de novembro de 2024
Foto: Fabio Piva / Brasil Ride

Brasil Ride festeja sucesso de sua 6ª edição na Chapada Diamantina

Principal ultrmaratona de MTB das Américas recebeu elogios pela evolução na estrutura e organização em relação aos anos anteriores

Por sete dias, os moradores de Mucugê e Rio de Contas viveram momentos especiais em suas vidas pelo sexto ano consecutivo. Com a participação de 500 ciclistas representando 23 países e 18 estados, além do Distrito Federal, a Brasil Ride 2015 foi realizada com sucesso e aprovação dos principais protagonistas desta festa em duas rodas. Ao largarem às 9h30 na manhã do sábado (24), outros 600 participantes da Maratona Brasil Ride, disputada num único dia, fecharam com chave de ouro a prova, que já tem data definida em 2016, entre 16 a 22 de outubro.

Mario Roma - Foto: Ney Evangelista / Brasil Ride
Mario Roma – Foto: Ney Evangelista / Brasil Ride

Fundador da Brasil Ride, Mario Roma destacou os principais diferenciais da ultramaratona. “O fundamental nessa edição, mais uma vez, é que foi uma prova completamente segura. Tivemos uma prova limpa com teste antidoping e muita segurança para os ciclistas. Crescer do jeito que a competição cresceu, o quanto nível dos atletas aumentou, e continuarmos sem graves acidentes, sem nenhum erro de percurso, comprova que tivemos uma competição redonda”, avaliou Roma.

Roma destacou também a dinâmica envolvendo provas de vários dias, com a possibilidade de mudança de líderes a qualquer momento. “O nível está subindo a cada ano, ao ponto de os líderes perderam a ponta na penúltima etapa e começar tudo de novo na briga pelo título, na última etapa. Mostra que hoje em dia ganhar uma etapa da Brasil Ride já é uma grande conquista, ganhar o troféu então é uma incógnita até o final, isso comprova que a competição está chegando a um nível ainda mais profissional”, destacou o fundador.

O fundador da Brasil Ride não esconde o orgulho com o retorno positivo positivo recebido da parte dos bikers. “Os atletas estrangeiros, que viajam pelo mundo inteiro, estão de boca aberta. Os representantes da UCI (União Ciclística Internacional) já disseram que nossa pontuação é 9.9, e os atletas estão abismados com a qualidade de marcação, alimentação, estrutura, banheiros, chuveiros. Os brasileiros se surpreendem pelo tamanho da prova e os estrangeiros se surpreendem pela qualidade”, completou Mario Roma.

Jim Comproton, comissário da UCI - Foto: Erik Coser / Brasil Ride
Jim Comproton, comissário da UCI – Foto: Erik Coser / Brasil Ride

Comissário da UCI na edição de 2015 da Brasil Ride, o norte-americano Jim Crompton esteve pela segunda vez trabalhando na prova. “Queremos ver a organização melhorando a cada ano. Pelo o que vi em 2015, comparado com 2013, quando estive na Brasil Ride pela primeira vez, está muito melhor. A organização tem mais pessoas trabalhando durante o percurso e as marcações estão melhores, além de ter mais pontos de apoio. Mario Roma está elevando a qualidade do evento. Então, do ponto de vista de organização, tendo como base minha última vez aqui, melhorou muito. A forma como está hoje é o que espero para um evento de classe S1”, parabenizou Jim.

O tricampeão Bart Brentjens deve voltar em 2016 - Foto: Sportograf / Divulgação
O tricampeão Bart Brentjens deve voltar em 2016 – Foto: Sportograf / Divulgação

Elogios dos atletas e pontos para Rio 2016 – Tricampeão da Brasil Ride, o campeão olímpico de Atlanta 1996, Bart Brentjens, da Holanda, já pensa em defender seu troféu ao lado de Abraão Azevedo no ano que vem. “Acredito que voltarei outra vez em 2016. Claro que há muita coisa para decidir, mas provavelmente voltaremos. É uma ótima corrida, com grande visibilidade. É bom para nossos patrocinadores estarmos aqui. Uma prova muito organizada, com muitos pontos UCI em um ótimo país”, destacou Bart.

Raiza Goulão - Foto: Ney Evangelista / Brasil Ride
Raiza Goulão – Foto: Ney Evangelista / Brasil Ride

Pontos esses, nos rankings da UCI, que foram importantes para Raiza Goulão, Isabella Lacerda e Henrique Avancini, trio que briga para representar o Brasil na Rio 2016. Campeã da ladies, Raiza somou 120, enquanto Isabella levou 100 pelo vice-campeonato. Na categoria Open, Avancini somou 80 após garantir a terceira colocação. “Essa alta pontuação me fará subir muito nos rankings internacionais. Estou muito feliz e acho que a caminhada olímpica está indo muito bem. Estou sempre me dedicando desde o começo desse ciclo, focando muito nesse objetivo e é um sonho que está tornando-se realidade”, contou Raiza.

Avancini: "A Brasil Ride coloca o MTB num patamar superior" - Foto: Erik Coser / Brasil Ride
Avancini: “A Brasil Ride coloca o MTB num patamar superior” – Foto: Erik Coser / Brasil Ride

Henrique Avancini também ficou satisfeito com os pontos conquistados e elogiou a competição. “Esta foi minha quarta participação na Brasil Ride, um evento que sempre procurei colocar no calendário porque conseguiu elevar o MTB a outro patamar nesses seis anos. É um evento extremamente bem organizado, técnico e consegue reunir atletas de ponta e amadores em um congraçamento muito importante para o esporte. Nesse ano, o torneio esteve em um patamar superior de sinalização, postos de apoio, escolhas de trilha. O evento realmente cresceu muito e ainda me garantiu pontos importantes”, afirmou Henrique Avancini.

Líderes em metade dos 600 km pedalados na competição, Daniel Geismayr e Hermann Pernsteiner saíram da Brasil Ride após não conseguirem completar a sexta etapa. Mesmo assim, não pouparam elogios à estrutura do evento. “Foi nossa primeira vez na prova e ficamos muito surpresos. Uma organização muito boa. Os voluntários são amigáveis quando precisamos de ajuda, o serviço de Suporte Neutro Shimano foi incrível. Nós precisávamos dele e foi perfeito. O nível organizacional é dos mais altos, sem dúvida”, disse Hermann. “A marcação da prova era perfeita. Corri diversas competições por estágios esse ano e na Brasil Ride foi uma das melhores. Fizemos cerca de 300 km pedalando na frente e nunca tivemos dúvidas sobre o caminho a seguir. Muito bom mesmo”, concordou Daniel.

Prefeita de Mucugê prestigia final – A prefeita de Mucugê, Ana Olímpia Hora Medrado, era uma das pessoas mais animadas na Vila Brasil Ride durante a decisão da prova. Ela não deixou de acompanhar cada instante das chegadas das mais diversas categorias. “O evento foi um total sucesso. Estrutura belíssima e com o cenário da Chapada, que não fica atrás. Nessa hora de crise, uma prova como essa é muito bem-vinda e isso vem aquecer a economia de nosso município anualmente”, analisou Ana Olímpia.

Recordes quebrados – Os ciclistas protagonizaram a quebra de 11 recordes durante a sexta edição, cinco na nelore, três na mista, e um nas categorias máster, ladies e grand máster. Os campeões da nelore, Claudio Van Damme e Marcelo De Oliveira, foram destaque, quebrando, inclusive, o recorde geral em mais de três horas. O antigo era 43h19min27 e agora é 40h00min02. Campeãs da ladies, Raiza Goulão e Viviane Favery também escreveram o nome na história, na quarta etapa. Com o tempo de 5h27min29, elas quebraram em 12min40 o recorde das norte-americanas Sonya Looney e Nina Baum na edição de 2014. O biker mais velho desta edição foi o brasiliense Hélio Vilela de Carvalho, com 65 anos.

Astros de outro esporte – A Brasil Ride reuniu alta performance do montain bike, mas também levou estrelas do automobilismo para a Chapada Diamantina. Em sua terceira participação da prova, o pilto da Formula Truck Geraldo Piquet pedalou ao lado Guilherme Tom Faria, na equipe Piquet Sports, e completou na 58a. posição na categoria open. Christian Fittipaldi competiu na máster com o ciclista Odair Pereira, pela equipe Scott Fittipaldi, mas não conseguiu ser finisher. Único piloto brasileiro a disputar provas da Formula 1, Champ Car e NASCAR Winston Cup, três das principais categorias do automobilismo mundial, além da Fórmula Indy, Fittipaldi foi obrigado a abandonar na terceira etapa devido a uma lesão.

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