21 de novembro de 2024
Foto: Shah Marai / AFP

Equipe feminina de ciclismo afegã é indicada ao Prêmio Nobel da Paz

12 atletas encaram desafios diários para pedalar em um país onde praticamente tudo ainda é proibido às mulheres

Autênticas heroínas. Assim podemos denominar as mulheres afegãs que encararam o desafio de dedicar-se ao ciclismo em um país onde basta pertencer ao sexo feminino para expor-se diariamente a riscos diários.

Em um país onde apesar da queda do regime talibã qualquer tipo de atividade tradicionalmente reservada aos homens ainda é passível de punições, pedalar pode ser um ato revolucionário, pelo menos para as mulheres da região.

Apesar dos riscos, a primeira equipe feminina do Afeganistão – composta por 12 atletas -, começou a pedalar como uma forma de sentir a liberdade que a sociedade não lhes concede. “Não se trata de una reivindicação política: Pedalamos nossas bicicletas simplesmente porque queremos. Se nossos irmão podem fazê-lo, por que isto é proibido para nós?”, questiona Marjan Sidiqqi, 26 anos, integrante e treinadora da equipe.

Em 2013, as atletas competiram pela primeira vez em uma prova profissional, na Asian Cycling Championships, em Nova Deli, Índia.

Para as atletas afegãs, competir representando um país onde pedalar uma bicicleta é considerado um ato imoral, participar da prova foi um ato revolucionário: “Para tirar meu país desta ‘idade das trevas’, precisamos levantar a bandeira do Afeganistão através do esporte e mostrar que temos pessoas vivendo nesta situação por aqui”, diz uma das atletas. “As pessoas nos dizem nas ruas que não temos o direito de andar de bicicleta. Nós respondemos que este é um direito nosso e que são eles que tentam nos tirar”.

A luta diária para superar e desmantelar este tabu cultural deu resultados. Esta semana, o parlamento da Itália propôs formalmente ao  Comitê Norueguês do Nobel a indicação dessas autênticas guerreiras a serem indicadas ao Premio Nobel de la Paz.

Como membros da primeira equipe recentemente anunciaram sua intenção de sacudir a bandeira do Afeganistão nas Olimpíadas de 2020. Para que isso aconteça, Raymond disse, a equipe precisaria começar a acumular pontos no ranking nacional da UCI, ganhos através de eventos como a Copa Mundial de Ciclismo de Estrada Feminino e Campeonatos Continentais. Força de vontade é o que não lhes falta.

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