7 de setembro de 2024
Ricardo Ortiz - Foto: Divulgação

Ciclista brasileiro foge de exame antidoping e é suspenso por quatro anos

Ricardo Ortiz evitou o controle na Copa América em 2015 e decisão ainda não foi divulgada pela CBC

Por Afonso Morais*

Mais um escândalo envolvendo o doping estremece a credibilidade do ciclismo brasileiro às vésperas dos Jogos Olímpicos Rio-2016.

Ricardo Andrei Queiroz Ortiz, da equipe paulista Team Osasco, fugiu do exame antidoping e foi condenado, em 22 de março, a quatro anos de suspensão pela Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Ciclismo. Campeão paulista de montanha, Ortiz já havia sido suspenso da modalidade por doping em 2009, pelo uso de eritropoetina (EPO).

Ricardo Ortiz - Foto: Divulgação
Ricardo Ortiz – Foto: Divulgação

De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria da Justiça Desportiva, o atleta “violou as regras antidoping, porque, intencionalmente, fugiu do controle de dopagem oficial, a fim de evitar a notificação e o recolhimento de amostras para o teste antidoping”. Os exames foram realizados pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).

Há casos no ciclismo em que atletas se negam a disputar competições “controladas” e alegam contusão, mas sumir depois da prova é incomum. Entre os atletas, existem relatos de ciclistas que “desapareceram” do local da competição, mas nunca tinham sido provados.

O fato inusitado ocorreu na terceira etapa da Copa América disputada em Botacatu (SP), em novembro de 2015. A competição foi vencida por Carlos Alexandre Manarelli, também flagrado no antidoping por uso de metabólitos de subtramina e suspenso provisoriamente por 30 dias para apresentar defesa, como revelou com exclusividade o Mtb Brasília.

Na denúncia, o procurador geral do STJD do Ciclismo, Said Mahmoud Abul Fattah Júnior, acusou o técnico, Luiz Mazzaron, de auxiliar o atleta na fuga. Sem provas contra o treinador, no entanto, o colegiado decidiu absolvê-lo por maioria dos votos.

O ciclismo é a modalidade recordista de atletas suspensos por doping e o número não para de aumentar. No ano passado, foram quatro casos registrados como a atleta da seleção brasileira Uênia Fernandes e o campeão nacional na categoria sub-23, Fernando Fikler. Em 2014, outros seis ciclistas foram punidos por doping.

A reportagem apurou que ainda há mais um caso de doping positivo de EPO flagrado na Copa América mas, curiosamente, nem mesmo a condenação de Ricardo Ortiz foi publicada no site da Confederação Brasileira de Ciclismo até a manhã desta quarta-feira (13).

O MTB Brasília entrou em contato com o presidente da entidade, José Luiz Vasconcelos, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

*Sobre o autor

Afonso Morais é editor do site MTB Brasília
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