22 de novembro de 2024

Denúncia: doping mecânico estaria sendo utilizado em provas de estrada na Itália

Jornalistas flagraram, através de câmeras térmicas, um aquecimento anormal no tubo do selim de 7 bicicletas utilizadas nas provas Strade Bianche e Coppi & Bartali

Uma reportagem conjunta levada a cabo pelo canal televisivo francês Stade 2 e o jornal italiano Corriere della Sera sugere que vários ciclistas do pelotão profissional de estrada estariam utilizando o chamado doping mecânico, no qual estariam tirando vantagens sobre os demais atletas por meio de motores escondidos no interior de suas bicicletas.

A reportagem, que será exibida na íntegra hoje a noite (17), utilizou câmeras especiais equipadas com sensores térmicos que captaram uma estranha fonte de calor no interior das bicicletas de sete profissionais que competiram nas provas italianas Strade Bianche e Coppi & Bartali.

Câmeras especiais equipadas com sensores térmicos que captaram uma estranha fonte de calor no interior das bicicletas
Câmeras especiais equipadas com sensores térmicos que captaram uma estranha fonte de calor no interior das bicicletas

De acordo com os jornalistas Thierry Vildary e Marco Bonarrigo, cinco bicicletas apresentaram um aquecimento acima do normal na região do tubo do selim e duas tiveram resultados semelhantes nos cubos da rodas traseiras das bicicletas, causados provavelmente por motores e suas respectivas baterias.

A reportagem alega que esta fonte de calor não poderia de forma alguma ser originada de uma utilização normal e alega que a atual fiscalização levada a cabo pela União Ciclística Internacional (UCI), que utiliza tablets especiais para detectar campos magnéticos gerado por motores, não estaria sendo eficaz contra o doping mecânico ou tecnológico, como é também conhecido.

Segundo a reportagem, os tablets utilizados pela UCI para detectar campos magnéticos gerado por motores, não seriam eficazes contra o doping mecânico ou tecnológico
Segundo a reportagem, os tablets utilizados pela UCI para detectar campos magnéticos gerado por motores, não seriam eficazes contra o doping mecânico ou tecnológico

Vildary e Bonarrigo entraram em contato com o engenheiro húngaro Istvan Varjas, especialista no desenvolvimento e produção de motores para bicicletas, que afirmou que alguns modelos de rodas utilizadas no pelotão utilizariam um sofisticado sistema motorizado composto por placas magnéticas de neodímio, escondidas no interior de seus aros e praticamente indetectáveis pelos atuais métodos de fiscalização da UCI.

Segundo Varjas, o sistema magnético, alimentado por uma bateria oculta no interior do quadro, seria capaz de proporcionar até 60 watts de energia extra ao ciclista. As rodas podem ser ativadas e configuradas remotamente via Bluetooth e só poderiam ser detectadas através de sensores de campo magnético altamente sensíveis.

Na entrevista, Varjas explicou aos jornalistas que atualmente existem motores com menos de 5cm de diâmetro, capazes de serem ocultos no interior do quadro ou no cubo traseiro da roda, que podem oferecer uma potência assistida de até 250 watts.

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