Além da pena, Femke Van den Driessche recebeu uma multa de 20.000 francos suíços (18.180 euros) e ainda perdeu seus títulos de campeã mundial Sub-23 e campeã belga
A União Ciclística Internacional (UCI) anunciou nesta terça-feira (26) a condenação da ciclista belga Femke Van den Driessche, flagrada com um motor escondido no interior do quadro de sua bicicleta durante o Campeonato Mundial de Ciclocross, em janeiro deste ano.De acordo com a entidade máxima do esporte, Van den Driessche, de 19 anos, será suspensa das competições por um período não inferior a seis anos.
A UCI explica que a belga violou os artigos 1.3.010 e 12.013bis (que trata da chamada ‘fraude tecnológica’). Além da suspensão, a atleta recebeu uma multa de 20 mil francos suíços – equivalente a 72,7 mil reais e a cassação de seus títulos de campeã mundial Sub-23 e campeã belga. Com a anulação de todos os resultados obtidos por Femke Van den Driessche desde outubro do ano passado, a cicliasata deverá também devolver todas as medalhas e o dinheiro ganho como premiação durante o período.
Este é o primeiro caso comprovado da história do ciclismo de uma punição por doping motorizado ou tecnológico. Na ocasião do flagrante, Van den Driessche chegou a colocar a culpa em um mecânico, que teria confundido sua bicicleta com a de um amigo. “Aquela não era minha bicicleta. Pertencia a um amigo e era idêntica à minha”, alegou a belga na época, em lágrimas, em entrevista ao canal esportivo Sporza.
“Este amigo foi reconhecer o percurso no sábado, e colocou sua bicicleta no caminhão de minha equipe. O mecânico, que pensava que fosse a minha, a preparou para a corrida”, explicou a jovem ciclista, jurando que “ignorava totalmente” a existência de um motor no interior de sua bike.
A explicação não convenceu a UCI. “A bicicleta em questão foi escaneada usando o novo teste de ressonância magnética desenvolvida neste ano, que detectou o motor quando a bicicleta estava na área de sua equipe. O motor era um Vivax, escondido junto a uma bateria no tubo do selim. Era controlado por um aparelho Bluetooth, oculto sob a fita do guidão”, explicaram os fiscais da entidade.
Pena exemplar – O presidente da UCI, Brian Cookson, aprovou a decisão.”Temos investido recursos consideráveis no desenvolvimento de scanners de ressonância magnética para detectar possíveis fraudes, além de fortalecer as punições aplicadas para qualquer um que tentar trapacear desta maneira. Este caso é uma grande vitória para o esporte e para seus fãs, ciclistas e equipes que querem estar seguros de que nós manteremos esta forma de trapaça fora do esporte”, disse Cookson.