Obra mais atrasada do Parque Olímpico da Rio 2016 corre risco de não estar finalizada a tempo para os testes preliminares antes do evento
Faltando poucas semanas para a realização da Rio 2016, a obra mais problemática do Parque Olímpico, o Velódromo, ainda não está pronto. E o que é pior: sem previsão, não há sequer prazo estabelecido para que os atletas possam testar a pista antes dos Jogos.Em março deste ano, a Tecnosolo, empresa de engenharia responsável pela construção do Velódromo anunciou encontrar-se em processo de concordata e por isto subcontratou uma outra empresa, a Engetécnica, para finalizar os trabalhos, alegando não possuir condições de finalizar os 20% restantes da obra, mas os atrasos apenas foram se acumulando.
Diante das inúmeras críticas nacionais e internacionais sobre a problemática situação, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou nesta segunda-feira (30) o rompimento do contrato que tinha com a Tecnosolo e firmou um novo contrato emergencial no valor de mais de R$ 55 milhões com a construtora Engetécnica para que a empresa conclua a obra atrasada.
De acordo com a prefeitura, essas ações não alteram o valor do contrato de construção da instalação nem a entrega do Velódromo, que está prevista para o próximo mês.
Veja abaixo a nota oficial divulgada pela Empresa Olímpica Municipal
Por conta dos problemas que culminaram com sua situação de recuperação judicial, a Tecnosolo não teve condições de continuar como responsável técnica pelas obras do Velódromo. A Prefeitura optou, então, por encerrar o contrato com a Tecnosolo e pela contratação emergencial da Engetécnica para finalizar as obras da instalação, que já atingiram 88% de conclusão.
Essas ações não alteram o valor do contrato de construção da instalação. A entrega do Velódromo está prevista para o próximo mês.
Além da fachada, estruturas do velódromo que ainda estão inacabadas incluem parte da arquibancada, elevadores e a área reservada à imprensa.
Preocupação – Apenas a mudança de contrato não foi suficiente para tranquilizar o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a União Ciclística Internacional (UCI). Esta semana, em Lausanne, o COI informou à imprensa que irá pressionar o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, a trazer uma solução concreta.
Já a UCI informou aos dirigentes esportivos que a partir de agora não irá mais adotar a diplomacia e que irá falar abertamente sobre a crise que a modalidade vive no Brasil.
Brian Cookson, presidente da UCI, declarou que está “extremamente preocupado” e alertou que “o tempo está se esgotando”. As provas, que tem o início previsto para o dia 11 de agosto, correm o risco de ocorrer sem que sequer um evento-teste seja realizado.
A ideia original era de um evento em março, o que acabou sendo adiado para um segunda data, no dia 29 de abril, que também foi anulada.
O Comitê Rio 2016 sugeriu agora que atletas internacionais possam ir ao local no dia 25 de junho para fazer o reconhecimento da pista, sem a realização de uma competição.
A proposta foi rejeitada categoricamente pela UCI, apontado que os atletas não iriam participar nestas condições.
“Tem sido um processo muito difícil e o fato desses atrasos terem impedido o evento-teste é muito preocupante”, disse Cookson. “Há muito trabalho ainda para ser feito para garantir que os ciclistas tenham as melhores condições possíveis. O tempo está realmente se esgotando”, completa.