24 de novembro de 2024
Avenida Paulista - Foto: Heloisa Ballarini / Secom

Ciclovia da Paulista completa um ano e atrai cerca de 230 ciclistas por hora

Com 2,7 quilômetros de extensão, via que é símbolo de priorização da bicicleta como modal de transporte recebe uma média de 2,1 mil ciclistas por dia

Nesta terça-feira (28), a ciclovia construída pela Prefeitura de São Paulo na avenida Paulista completou um ano de existência. Com 2,7 quilômetros de extensão, a via vai da Bernardino de Campos até a Consolação e foi construída com concreto pigmentado, método que dá mais durabilidade, regularidade e resistência ao piso, contando ainda com grades proteção e semáforos sincronizados com os dos pedestres.

Foto: Heloisa Ballarini / Secom
Foto: Heloisa Ballarini / Secom

Até a inauguração da ciclovia, a avenida contava com mais de 15 pontos de ônibus, três estações de metrô (Brigadeiro, Trianon Masp e Consolação) e calçadas largas de até 10 metros, mas sem espaço segregado para a bicicleta. Um ano depois, no último dia 17 de junho, uma medição realizada pela Secretaria Municipal de Transportes (SMT) registrou 2.148 ciclistas em 24 horas, sendo 234 em apenas uma hora, entre às 21 e 22 horas.

Dados comparativos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apontaram que, na média, o volume de ciclistas que passam pela Paulista no período do fim da tarde cresceu em quase dez vezes entre 2014 e 2015. Enquanto antes da ciclovia eram 169 ciclistas na avenida entre às 17 e 20 horas, após a inauguração, a média passou para 1.685. O crescimento foi o mesmo também no período da manhã, entre às 7 e 10 horas, de 85 em 2014 para 827 no ano passado.

Com a inauguração da ciclovia, Gelber Lopes passou a economizar o dinheiro do ônibus que gastava para ir até o trabalho - Foto: Heloisa Ballarini / Secom
Com a inauguração da ciclovia, Gelber Lopes passou a economizar o dinheiro do ônibus que gastava para ir até o trabalho – Foto: Heloisa Ballarini / Secom

O modelista Gelber Lopes, 31 anos, mora na Bela Vista e, com a inauguração da ciclovia, passou a economizar o dinheiro do ônibus que gastava para ir até o trabalho. “Com os deslocamentos do dia para outros locais, chegava a gastar até R$ 30. Quando a ciclovia ficou pronta, tomei coragem. Agora, além de economizar, faço exercício e cuido da saúde, o que é muito bom”, disse.

Os dados da CET vão ao encontro do levantamento feito pela Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade) que aponta que, na Paulista, o volume de ciclistas, entre 6 às 20 horas, subiu de 733 em 2010 para 2.112 em setembro do ano passado. O número de ciclistas por hora triplicou, de acordo com o Ciclocidade, de 52,36 em 2010 para 150,86.

Um dado importante é que, segundo a associação, as mulheres, que eram apenas 4% dos ciclistas que circulavam na Paulista em 2010, agora são 14%. O volume de mulheres ciclistas na Paulista subiu de 27 para 298 por dia.

A psicanalista Janaína Namba adotou a bicicleta como modal de transporte - Foto: Heloisa Ballarini / Secom
A psicanalista Janaína Namba adotou a bicicleta como modal de transporte – Foto: Heloisa Ballarini / Secom

A psicanalista Janaína Namba, 43 anos, é uma dessas pessoas que adotou a bicicleta como modal de transporte. “Ando de bicicleta desde criança, mas só quando fizeram a ciclovia, passei a usar para ir para o consultório. Já andava por aqui, mas não com a mesma frequência e com a ciclovia melhorou muito”, afirmou.

A cidade de São Paulo conta, atualmente, com 416,2 quilômetros de vias destinadas aos ciclistas. Do total existente, a atual gestão entregou 319,6 km desde junho de 2014. Antes, São Paulo possuía 64,7 km de ciclovias e 31,9 km de ciclorrotas. Em 14 trechos de ciclovias monitorados pela CET em toda a cidade, como a São João, Doutor Arnaldo, Vergueiro, Liberdade, Consolação e a própria Paulista, o crescimento de ciclistas foi superior a 200% entre 2014 e 2015.

Um estudo feito pela CET apontou queda de 34% no número de mortes de ciclistas na capital paulista, na comparação de janeiro a dezembro de 2014 com o mesmo período do ano passado. Nos 12 meses de 2015 foram registradas 31 mortes, ante 47 casos fatais em 2014. Ou seja, apesar do aumento de ciclistas na cidade, 16 vidas foram poupadas por contada segurança oferecida pelas vias segregadas.

Daniel Ribeiro utiliza a bicicleta para entregar água mineral em toda a região da Paulista - Foto: Heloisa Ballarini / Secom
Daniel Ribeiro utiliza a bicicleta para entregar água mineral em toda a região da Paulista – Foto: Heloisa Ballarini / Secom

“Estou no emprego há seis meses e dá para perceber que na ciclovia, você fica tranquilo quando está andando de bicicleta, porque é mais seguro. Facilita muito meu trabalho”, disse Daniel Ribeiro, 32 anos, que utiliza a bicicleta para entregar água mineral em toda a região.

Fonte: Prefeitura de São Paulo

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