22 de novembro de 2024
Foto: Divulgação / Torneio Capital de Ciclismo

Moradores impedem realização de prova de ciclismo no Guará

Prova válida para o ranking brasiliense de Ciclismo de Estrada 2016 foi cancelada após protesto contra sua realização na Rua do Lazer. Para moradores, faltou sinalização e informação

Um protesto de moradores obrigou o cancelamento da 4° etapa do Torneio Capital de Ciclismo neste domingo (28), fazendo com que a organização da prova encerrasse a competição no meio de sua realização, quando as categorias Master B, Open e Elite completaram a primeira volta no circuito, realizado na Rua do Lazer do Guará II.

De acordo com moradores, a prova, válida para o ranking brasiliense de Ciclismo de Estrada 2016, impediu o acesso de pedestres no trecho que fica entre a 4ª Delegacia de Polícia e o Edifício Consei, área normalmente fechada para veículos automotores nos domingos e utilizado como área de lazer.

Nem mesmo o efetivo de 3 viaturas da PM e 2 do Detran foi capaz de conter a animosidade dos moradores contra os atletas. Segundo testemunhas, vários moradores chegaram chegaram a atravessar deliberadamente a área da prova a pé, de bicicletas ou skate, chegando mesmo a deitar no chão para forçar um atropelamento.

Segundo sua organização, a prova contou com autorização do Detran e da Secretaria de Segurança Pública, além do aval da Administração Regional do Guará, que auxiliou no planejamento do percurso, de forma levar em consideração o baixo fluxo de pessoas no momento da realização da competição.

Os organizadores enfatizaram que além disso, houve ampla divulgação do evento, através da Assessoria de Comunicação da Administração do Guará, rádios e jornal locais, alem de avisos colocados na própria Rua do Lazer durante a manhã de domingo.

Isto não impediu entretanto que ciclistas fossem hostilizados com xingamentos e até mesmo objetos atirados propositadamente no percurso. “Teve um cara que parou na minha frente e colocou o seu cooler de cerveja no meio do asfalto, cruzando os braços como se estivesse chamando pra briga”, disse um dos ciclistas que participava da prova.

Já para o morador da região Tarso Silva, faltou sinalização e informação no local da prova: “Também sou ciclista e não concordo com agressões a ciclistas, mas [os organizadores] erraram. Por que não sinalizaram a pista com cones, placas e uma linha definindo o local de prova?”, disse.

“Não tinha cones, placas, avisos. Nada! Estava na rua com as minhas a filhas e quase que fomos atropelados por vários ciclistas gritando para sair da frente. Aquele local não é para competição. Tinham várias famílias na rua.Faltou sinalização, orientação e organização, Após quase ser atropelado, peguei as minhas filhas (de 3 e 1 ano) e fui embora”, completa Tarso.

Para os ciclistas, restou lamentar a oportunidade perdida de fazerem o que eles mais gostam: pedalar com segurança. “As motivações para tais atitudes não foram passadas aos ciclistas e desculpas não irão faltar. Mas, uma coisa é fato: Adoraria uma ‘sessão de exorcismo’ ou de ‘descarrego’ naquele momento, para espantar os espíritos da intolerância, da falta de respeito, da falta de educação e da ignorância”, disse o ciclista Adailton Pereira Jr.

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