Ao lado do holandês Bart Brentjens, atleta Scott manteve-se com 100% de aproveitamento na disputa da categoria Master
Sete participações e sete títulos. Uma das maiores lendas do mountain bike brasileiro, Abraão Azevedo chegou ao hepta da ultramaratona Brasil Ride ao lado do holandês Bart Brentjens e manteve os 100% de aproveitamento na categoria Master. Ao todo, a dupla percorreu cerca de 600 km entre os municípios de Guaratinga e Arraial d’Ajuda, passando pela Costa do Descobrimento e a divisa entre Bahia e Minas Gerais.Mas o que se passou na cabeça do atleta Scott e maratonista de 46 anos e do seu parceiro? Depois de sete títulos, o que o ainda mantém motivado? Qual é o segredo dessa parceria de sucesso com o holandês? Leia esses e outros detalhes na entrevista abaixo:
Preparação
“Eu treinei bastante para esta edição da prova. Como não fui para o campeonato mundial esse ano, pude me dedicar ainda mais aos treinos específicos. Infelizmente tive uma lesão na região lombar na semana anterior ao Brasil Ride, mas felizmente me recuperei e no final deu tudo certo”.
Momento mais complicado
“O primeiro estágio mais longo que foi no segundo dia de prova. Esse foi o mais difícil para mim. O Bart e eu saímos muito acima do que deveríamos para este dia. Depois de uma hora de prova, decidi diminuir o ritmo. Porém, já era tarde e eu estava bem desgastado. Acabei levando muito tempo para voltar a me sentir bem na etapa”.
Scott Spark 900 Premium
“Eu me adaptei muito bem ao modelo. É uma bicicleta que responde de maneira positiva nas descidas e ainda oferece a vantagem de travar as duas suspensões de uma só vez, o que ajuda muito nos trechos de subida. Para o Brasil Ride, eu coloquei um grupo Sram Eagle, que me garantiu mais opções de marcha”.
Relação com Brentjens
“Nós corremos muitas provas juntos, então sabemos como cada um se comporta ao longo da etapa e dos vários dias. Temos bastante confiança no nosso rendimento. Nessa prova, eu corri mais uma vez o com marcador de potência e pudemos avaliar bem o limite de cada dia. Sabíamos onde podíamos apertar mais e onde deveríamos ir com mais controle”.
60 largadas
“Nessa edição do Brasil Ride, eu completei 60 largadas ao lado do senhor Bart Brentjens, meu grande parceiro. É impressionante como ele corre de maneira inteligente, sempre poupando energia. Ele não se arrisca em descidas e trechos técnicos, apesar de andar bem rápido. Mas eu me lembro que, justamente na sétima etapa deste ano, ele levou uma queda já nos quilômetros finais. Um descuido numa curva “off camber” com areia. Pensei comigo: ‘até os fortes têm seus dias difíceis’”.
Motivação
“O que mais me motiva é o desafio e não o título. O resultado é esquecido, mas a vivência da prova é eterna. Quando tenho uma disputa pela frente, eu me preparo bem. Assim que ela termina, já estamos pensamos em outra. A vida segue”.
Paixão pelo esporte
“Sou apaixonado por mountain bike XCM. A sensação de andar rápido e com conforto é viciante. Eu treino muito para não sofrer muito nas provas. Claro que temos diferentes tipos de variáveis e a etapa muitas vezes foge um pouco do nosso controle, o que deixa a prova mais difícil que imaginávamos”.
Desafios do heptacampeonato
“O circuito desse ano era totalmente novo e muito desafiador. Nós não sabíamos nada do percurso e das condições de clima e de terreno, então tínhamos dúvidas sobre equipamentos adequados. Felizmente conseguimos terminar bem e com a sensação de satisfação e dever cumprido”.