Medida visa aliviar os problemas atuais de falta de transporte público e de abastecimento de combustível do país, além de facilitar o deslocamento do crescente fluxo de turistas no país
O governo cubano pretende implementar a utilização de sistemas de compartilhamentos de bicicletas em sua capital, Havana, como parte de um pacote de medidas que visam aliviar os problemas de transporte público e de abastecimento de combustível do país.O projeto, que se desenvolverá entre 2017 e 2020, pretende certificar a bicicleta como o modal de transporte público ‘mais limpo e acessível’ de Havana. A iniciativa faz parte das medidas de uma reforma de todo o transporte da capital cubana, que conta hoje com mais de dois milhões de habitantes, além de um crescente fluxo de turistas. Segundo publicação da União de Cidades Capitais Ibero-Americanas (UCCI), associação internacional sem fins lucrativos que está apoiando o projeto de Cuba, o projeto tem como meta incentivar aos moradores e turistas da capital cubana a usar mais o transporte público, tanto ônibus como bicicletas, em detrimento aos automóveis.
Basicamente, o projeto pretende oferecer um sistema de bicicletas que permita que a pessoa vá de um lado ao outro da cidade. Em algumas cidades do mundo, esse sistema é gratuito, outras cidades cobram uma taxa no cartão de crédito.
O transporte público em Havana e também no restante da ilha tem sido uma verdadeira dor de cabeça para as autoridades cubanas há anos. Por diversas vezes, houve a tentativa de atenuar a situação, como por exemplo durante o chamado “Período Especial”, em meados dos anos de 1990, quando as consequências da dissolução da União Soviética atingiram a ilha. Na ocasião, o país recebeu centenas de milhares de bicicletas de fabricação soviética que o governo russo vendia por baixos preços e facilidades de pagamento. No entanto, os equipamentos não agradaram e acabaram “encalhando”.
Um estudo recente revelou que o típico morador de Havana prefere caminhar a pegar transporte público ou bicicletas: pouco mais de 57% da população anda a pé, enquanto 16% utilizam meios públicos e apenas 1,8% pedalam. “Não tenho nada contra a bicicleta, mas tenho que admitir que tenho uma rixa contra ela desde os anos 1990”, disse Serafín Sánchez de 65 anos. “É verdade que não depender de transporte público é bom, mas para mim a bicicleta ainda deixa desejar. É para as pessoas muito jovens”, agregou.