24 de novembro de 2024
Foto: Tadeu Nascimento / Divulgação - Prefeitura de Santos (SP)

Ciclovias impulsionam o uso e o comércio de bicicletas em Santos (SP)

Com o aumento do número de ciclovias, quantidade de estabelecimentos que comercializam bicicletas cresceu 79% entre 2012 e hoje; No mesmo período, número de oficinas mecânicas especializadas passou de 17 para 31

Cresceu 78%, nos últimos cinco anos, a quantidade de estabelecimentos voltados à venda ou conserto de bicicletas na Cidade. De 24 lojas, em 2012, chegaram a 42, hoje. No mesmo período, o número de oficinas passou de 17 para 31.

Os dados coletados pela Secretaria de Finanças acompanham os da expansão da malha cicloviária de Santos, que neste intervalo de tempo cresceu 37%, de 31,6 para 43,3 quilômetros – há ainda outros 4,4 quilômetros em execução.

A participação das bikes na economia local também abrange o setor de entregas. Um exemplo é a empresa Carbono Zero, que tem sede na Capital, mas atua com 12 pessoas nas ruas santistas, incluindo funcionários e prestadores de serviço.

“Santos é propícia ao ciclismo. Requer deslocamentos menores que os feitos em São Paulo. E, quanto mais ciclovias houver, maior será a conscientização da população sobre esse tipo de transporte”, diz Leonardo Lorentz, um dos proprietários.

Foto: Tadeu Nascimento / Divulgação – Prefeitura de Santos (SP)

Saúde – O benefício das bicicletas às finanças públicas pode ir além da área comercial. Segundo estudo realizado em 2014 pela revista científica norte-americana Environmental Health Perspectives, o investimento em sistema cicloviário pode gerar um retorno de seis a 24 vezes maior, inclusive por meio do setor de saúde, devido à redução da poluição.

“Todas as grandes cidades têm emissão excessiva de monóxido de carbono, o que é prejudicial às pessoas”, explica a pneumologista da rede municipal Fabíola Rodrigues, que cita bronquite e asma como alguns dos casos mais recorrentes nos prontos-socorros. Ela lembra, ainda, que pedalar melhora o preparo físico.

“Fico mais leve” – Há um ano e meio, o porteiro Gilberto dos Santos optou por pedalar diariamente pela ciclovia da Avenida Pinheiro Machado para ir e voltar do trabalho. “Antes, sentia muito cansaço. Meu corpo pedia cama constantemente. Hoje tenho mais disposição até para acordar cedo e fazer outras coisas”, diz.

Ele conta, ainda, que até as horas que passa de prontidão no serviço deixaram de ser um problema. “As pessoas me perguntam se não me canso por vir de bicicleta e depois ficar em pé na portaria. Respondo que ocorre o contrário. Fico muito mais leve”.

Setores se ajustam à opção pela ‘magrela’ – A adesão às bicicletas como meio de transporte vem exigindo medidas não apenas por parte do poder público. Um exemplo é a Universidade Santa Cecília, no Boqueirão, que oferecia 190 lugares em bicicletários até 2015. Hoje são 500 vagas.

O aumento em 2,6 vezes em menos de dois anos veio para atender a demanda gerada por alunos e professores. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, a ocupação das vagas é de 90% pela manhã e 100% à noite. Por conta disso, há estudo para nova ampliação.

Com o tempo, empresas de outros ramos devem oferecer mais espaço para as bicicletas, acredita o presidente da Associação Brasileira de Ciclismo, Jessé Félix. “A tendência é que o comércio também entre nessa onda de paraciclo”.

A propensão da população a aderir às pedaladas é confirmada por Amim Lascane Sobrinho, proprietário da oficina Cycle Club, localizada no Gonzaga. Segundo ele, o perfil da clientela mudou. “Antes, vinha o pessoal que usava a bicicleta para treinar. Agora, já são os que a usam para ir à escola, trabalhar e outros pequenos deslocamentos”.

Uso entre crianças – Além das ciclovias, a Prefeitura vem implantando outras medidas de incentivo ao uso da bicicleta. Uma delas é a disponibilização de locais apropriados para estacionar. Hoje há 116 paraciclos, 59% instalados nos últimos cinco anos.

Foto: Divulgação / Danoninho Bike Kids

Campanhas de conscientização no trânsito promovidas pela CET integram as ações para que a Cidade seja cada vez mais propícia ao transporte não motorizado. Um dos resultados foi a redução de 32% dos acidentes envolvendo bicicletas entre 2013 e 2015.

Já o Bike Santos, sistema que permite cadastro via aplicativo de celular, disponibiliza veículos para viagens de até 45 minutos (renovável após 15 minutos) e tem cerca de 100 mil usuários cadastrados. Já são 400 mil viagens realizadas. Atualmente, há 370 unidades, que podem ser retiradas e devolvidas em estações distribuídas pelos bairros.

Há, ainda, o Bike Kids, que oferece o mesmo serviço, mas com bicicletas menores e equipadas com rodinhas, voltadas a crianças de até 10 anos.

Fonte: Prefeitura de Santos

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