Trecho que liga o Leblon a São Conrado irá passar por obras que deverão durar pelo menos 90 dias; Verba para reforma não sairá dos cofres públicos, afirma Prefeitura
Pouco mais de um ano após ter sido palco da tragédia que causou duas mortes, a Ciclovia Tim Maia irá passar por obras ao longo de sua extensão antes de voltar a receber o público.Uma inspeção conjunta entre o Conselho Regional de Engenharia (Crea-RJ) e a Fundação Instituto de Geotécnica (Geo-Rio) constatou que a grade da ciclovia foi construída com material inadequado, que não suporta a corrosão. Atualmente, todo o gradil, incluindo as telas de ferro, encontram-se enferrujados e apresentam risco à segurança dos ciclistas.
O relatório apresentado pelas entidades recomenda ao consórcio Contemat-Concrejato – responsável pelas intervenções – refaça todo o gradil, além de trocar os calços, que são os apoios estruturais que fixam o concreto nas colunas de ferro. Assim, toda a ciclovia, entre os bairros do Leblon e São Conrado, terá que ser levantada em módulos para a substituição das peças. Além disso, as juntas de dilatação, que são os espaços entre as placas de concreto, também que ser refeitas.
As obras de reestruturação tiveram início no dia 2 de maio e, segundo a prefeitura, deverão durar pelo menos 90 dias. Após o prazo, haverá uma nova vistoria do Crea-RJ para avaliar se os critérios de segurança foram cumpridos e se local poderá ser reaberto.
De acordo com o engenheiro José Schipper, que acompanhou o relatório do Crea, o material utilizado inicialmente era de baixa durabilidade. José afirmou que, mesmo após as obras, a ciclovia poderá ser interditada entre os meses de abril e agosto, já que um um estudo solicitado sobre os impactos e a força das ondas deverá levar pelo menos dois anos para ficar pronto.
“Como o mar fica mais agitado neste período do ano, recomendamos o fechamento da ciclovia nesses meses, até que o estudo seja concluído”, disse.
De acordo com a Prefeitura do Rio, as obras estão sendo realizadas na garantia no contrato firmado com as construtoras da ciclovia, ou seja, sem custos para os cofres públicos. Por conta do acidente, 14 pessoas foram indiciadas por homicídio culposo, sem a intenção de matar.