Parceria com a Tembici permitirá o investimento de 1 milhão de reais na construção de uma fábrica em Extrema (MG)
O banco Itaú e a empresa especializada na gestão de bicicletas compartilhadas Tembici anunciaram esta semana o investimento de 1 milhão de reais na construção de uma fábrica de bikes.A unidade, que começa a operar já no fim de dezembro, fica localizada na cidade de Extrema, no sul de Minas Gerais. O objetivo é fabricar cerca de sete mil unidades já nos primeiros cinco meses de operação.
As novas bicicletas irão substituir as atuais ‘laranjinhas’ que levam o logotipo do Itaú e que rodam nas ciclovias de oito cidades do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes (PE), todas em Pernambuco.
Tecnologia – Além de um novo design, as novas bicicletas contarão com tecnologia desenvolvida pela PBSC Urban Solutions, empresa canadense que tem cerca de 50 mil bicicletas rodando em mais de 20 cidades no mundo. Os novos modelos ganharão sistema antifurto para resolver um problema recorrente no Brasil, além de componentes novos como pneus e rodas de aro maior, sistema de transmissão de três velocidades e refletores frontais e traseiros, para aumentar a segurança nas vias públicas.
“A mobilidade urbana é um dos maiores projetos do Itaú, com investimentos em infraestrutura e apoio a organizações que ajudam na educação do trânsito. Agora temos o projeto da fábrica. Isso tudo está ligado à preocupação com a segurança. A nova tecnologia irá permitir que as bicicletas tenham mais resistência, pois foram pensadas justamente para o mercado de compartilhamento”, explicou Luciana Nicola Schneider, superintendente de Relações Governamentais e Institucionais do Itaú.
A mudança deve melhorar a prestação do serviço na cidade do Rio de Janeiro, onde as queixas por falta de manutenção apropriada são constantes. Atualmente, o Rio conta com 2,6 mil bicicletas distribuídas em 260 estações. A meta, diz Tomás Martins, diretor-executivo da Tembici, é que essas novas bicicletas cheguem à cidade até o primeiro trimestre do ano que vem.
Martins explica que a Tembici assumiu a gestão do projeto no Rio em maio deste ano, após comprar a Samba Transportes Sustentáveis, responsável pelos projetos de compartilhamento de bicicletas da Serttel em cidades como o Rio.
“Desde que assumimos, procuramos entender o serviço. Fizemos mudanças na gestão, no call center e aumentamos o número de bicicletas em operação. A chegada dos novos modelos irá depender das conversas com a prefeitura”, destacou.
Novas modalidades de pagamento – A mudança vai além das bicicletas. No novo sistema a ser implementado, o usuário poderá pagar pelo aluguel com cartão de débito e crédito, além de um cartão específico que irá funcionar como um pré-pago. A ideia, diz Martins, é aumentar a comodidade para o usuário.
Com a fábrica em Minas Gerais, a meta é produzir as novas bicicletas também para cidades que já contam com o compartilhamento e tem como patrocinadores outras empresas. É o caso de Manaus, Belém e Vila Velha, que contam com patrocínios do operador de saúde Hapvida e do Banestes, por exemplo.
“O potencial de crescimento no país é grande. Atualmente, 22 cidades contam com projetos de compartilhamento. Com a PBSC, podemos levar a tecnologia para a toda a América do Sul. Estamos conversando com outros países”, disse Martins, destacando que o mercado de compartilhamento de bicicletas pode movimentar até EUR 5,3 bilhões (cerca de R$ 20,4 bilhões) no mundo em 2020.
Paraguai e Uruguai – O Itaú pretende continuar exportando sua estratégia de bicicletas compartilhadas para outros países. Segundo Luciana, o banco está desenvolvendo um projeto de verão para levar suas ‘laranjinhas’ para cidades no Paraguai e Uruguai, além de analisar a entrada em Buenos Aires, na Argentina. Atualmente, o Itaú já opera em Santiago do Chile, onde possui 176 estações e 1.600 bicicletas funcionando.