Ciclista brasileira top 10 do ranking mundial fala de sua participação na etapa inaugural da mais importante prova de Mountain Bike do mundo
Por Raiza Goulão*
A Copa do Mundo de MTB começou um pouco mais cedo que nos anos anteriores, mas com a estreia de uma pista de tirar o folego. Stellenbosch é para mim um dos melhores circuitos da história das Copas do Mundo.Fizemos 3 dias de treinos na pista, mas sempre fica aquela sensação de que dava para aprender uma nova linha ou melhorar a fluidez na pilotagem. O circuito se divide em 2 zonas, cada uma com uma subida mais longa e obstáculos bem técnicos como rockgardens e drops.
Alinhei pela primeira vez em minha carreira na primeira fila. É uma sensação indescritível, inexplicável, um frio na barriga muito forte quando chamam as 8 atletas mais bem posicionadas no ranking. Sempre fico muito ansiosa antes da prova, mas consegui realizar uma largada perfeita e me encaixei no grupo das 8 primeiras.
Suportei este ritmo por 2 voltas, fluindo muito bem em todo o percurso. Foi uma Copa do Mundo na qual consegui pela primeira vez seguir tudo o que foi planejado para o pré prova, alimentação e hidratação. Na terceira volta estava na 15ª posição, mas com um grupo de 7 atletas logo na minha frente, com menos de 20 segundos de diferença.
Apesar de treinar bastante no ritmo que coloquei durante as primeiras voltas, a partir da quarta o corpo sentiu o desgaste da longa viagem, dos treinos ou quem sabe do próprio stress. Comecei a ter um desconforto na lombar e não consegui mais sustentar o ritmo anterior. Briguei com as minhas pernas, mas não consegui reagir quando comecei a ser ultrapassada. Lutei muito para conseguir fechar na 22ª colocação.
Confesso que fiquei um pouco frustrada por ter criado uma expectativa de conseguir um resultado melhor, principalmente quando estava andando no grupo da frente, mas lembro de tudo que passei e construí até agora, e só encontro mais motivação para continuar lutando pelos meus sonhos, cada vez mais ousados.
Após a prova, analisei com meu treinador Victor Rodriguez e meu coach Flavio Magtaz alguns pontos a serem trabalhados para continuar evoluindo a minha performance. Agora nos resta treinar muito e buscar os objetivos
estabelecidos.
Aproveitarei essa semana para recuperar bem e fazer bons treinos para o Cape Epic. Logo depois virá mais uma sequência longa de viagens para o pan-americano na Colômbia e para a etapa da CIMTB em Araxá.