Evento realizado de 24 a 26 de agosto apresentou as novidades do setor, além de competições de nível internacional
Foram três dias de muito sucesso, diversão, encontros e negócios. Em uma edição completamente reformulada e com a proposta de unir todos os setores da bicicleta, o Festival Bike Brasil juntou em um só lugar profissionais, atletas, ciclistas, amadores e entusiastas da bike. Numa área de 70 mil m², 300 marcas expositoras mostraram seus produtos e principais novidades do setor.
No Bike Brasil Show, na área externa, os visitantes da maior feira de bicicletas da América Latina puderam acompanhar a elite do esporte competindo na Copa Internacional Levorin de Mountain Bike, no Jardim Botânico. Essa é uma das poucas oportunidades de ver de perto uma competição de mountain bike na capital da cidade de pedras, em São Paulo. Luiz Henrique Cocuzzi somou 70 pontos no ranking olímpico ao deixar para trás os rivais no percurso de 5,5 km, tanto no XCO como na Super Elite. “São Paulo é a minha cidade, ganhar aqui com toda a família, toda a torcida, tem um gostinho especial”, comemorou. Na categoria feminina, a vitória ficou por conta da argentina Luciana Roland. “Eu espero voltar a competir aqui em 2019 porque foi uma experiência maravilhosa e eu fui muito bem recebida”, disse.
Foi possível ainda se surpreender com as manobras radicais de BMX Super Spine e Flatland. Mas o prazer de pedalar também é inclusivo, graças ao Radcross – competição de cadeirantes – e a visita ilustre dos deficientes visuais do projeto Pedalada de Atitude. Crianças também puderam se divertir com as magrelas. E as mulheres, cada vez mais empoderadas, ganharam um espaço só para elas, com discussões e palestras. “Este é o maior encontro de bikes da América Latina porque temos atrações para todos os públicos, famílias e gostos. O Festival Bike Brasil é a união e o crescimento tanto do mercado quanto da cultura da bicicleta”, explica João Paulo Picolo, presidente da NürnbergMesse Brasil, organizadora do evento.
Ao todo, 19.500 pessoas passaram pelo Festival Bike Brasil. À disposição delas, quase 500 bikes para serem testadas. Uma forma eficiente de permitir que cada um possa escolher a bicicleta mais adequada para si. “Isso é fantástico porque você pode testar aquela bike que quer comprar e aquela que é ainda um sonho de consumo”, revelou o contador Rodmilson Germano da Silva.
A empresa suíça Scott, que produz bicicletas e materiais esportivos e de aventura, disponibilizou oito modelos em 20 unidades para quem queria experimentar a adrenalina do Mountain Bike. O resultado impressionou o diretor comercial da marca, Giancarlo Clini. “Dentro do pavilhão tinha muita gente, lojistas novos, clientes que só falávamos por telefone… E, lá fora, a gente fez 115 atendimentos de teste no primeiro dia e mais de 200 no segundo”, comemorou. Tulio Monteiro, gerente comercial da Audax, também é prova disso. “Fiquei satisfeito com o número de visitantes. A gente brinca que quando não tem tempo para ficar parado é porque está sendo proveitoso, e o evento foi assim”.
Quem passou pelo evento não pôde deixar de notar também as bicicletas off-road, com cores chamativas, da Pedalla. Na parte do Bike Brasil Show, elas prendiam a atenção do público. Foram mais de 700 test-rides. No Bike Brasil Expo, o estande também se destacou. “O festival foi bastante positivo! Estamos investindo muito na marca e vale a pena se expor e aparecer no mercado diante de outros profissionais do setor”, afirmou Luis Carlos Rabello, diretor da empresa.
No estande da Trek, as longas filas e a intensa movimentação ao longo dos três dias de evento tinham um motivo especial: as sessões de fotos e autógrafos com a lenda viva do mountain bike Gary Fisher. Segundo Rafael Niro, diretor de marketing da empresa, a presença do americano aumentou o número de visitantes no espaço. Para ele, o balanço do evento é mais do que positivo. “Foi um sucesso! Demos ao público a oportunidade de testar as nossas bicicletas, tivemos mais de 800 test-rides e fizemos bons contatos com novas revendas ao redor do Brasil”.
A Groove também fez da participação uma vitrine para os seus produtos, que não são poucos. Ao todo, 69 modelos diferentes foram expostos e testados pelos consumidores. “O evento superou as expectativas da marca. Tivemos um ótimo retorno de lojistas e consumidores finais”, afirmou Sergio Gallo, gerente comercial da empresa. Tanto Groove, Audax e Trek estavam nos dois test-rides, o primeiro urbano em uma pista de asfalto de 2km e o segundo no meio do Jardim Botânico para oferecer a verdadeira experiência do mountain bike.
Dentro do pavilhão, no Bike Brasil Expo, a Garmin, que trouxe ao Festival Bike Brasil 40 modelos diferentes de smartwatches, 15 deles com armazenamento de música, já tinha vendido 95% do esperado no segundo dia de evento. “A feira foi muito boa, o público estava bem engajado”, comemorou Diego Oliveira, coordenador de marketing da empresa. No domingo, foi dado ainda até 30% de desconto nos produtos para o consumidor final, que teve acesso à área do pavilhão até então exclusiva para profissionais do setor. Para Diego Pocci, gerente comercial da Proparts, empresa brasileira que atua há 20 anos no mercado, o volume de negócios agradou. “A quantidade de novos clientes superou a nossa meta para o evento”, contou. A marca distribui peças de reposição para bikes de oito fornecedores, sete deles de forma exclusiva no país.
Para o Simefre, Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários, a união do setor vem sendo fundamental para encarar o momento de crise no país. “Esta é a maior vitrine do Brasil no segmento de bicicleta”, afirmou Carlos Gomes, gerente de assuntos corporativos.
Atualmente, o Brasil tem uma frota de mais de 90 milhões de bicicletas, número maior do que o de carros e motos somados. A preocupação ambiental, o estímulo ao uso de veículos não poluentes e o debate sobre mobilidade urbana reforçam o pioneirismo da primeira edição do Festival Bike Brasil e tornam o evento uma referência de união e desenvolvimento do setor.