Dispositivo fixado na bicicleta conta com sensores capazes de verificar a distância em que veículos e objetos estão ao redor do ciclista. A ideia é usar os dados coletados para determinar quais são as rotas mais seguras e as mais perigosas
Com o objetivo de monitorar o trajeto de ciclistas para proporcionar mais segurança, professor e estudantes da startup Smart Mobility, do projeto de extensão Ciência para Todos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), desenvolveram o Invisible Shield. O equipamento, que é fixado nas bicicletas, tem diversos sensores de ultrassom capazes de verificar em 360 graus a distância em que veículos e objetos estão ao redor de ciclistas. A ideia é usar os dados coletados pelos sensores para determinar quais são as rotas mais seguras e identificar os problemas nas áreas mais perigosas.Coordenador do projeto Ciência para Todos, André Bellin Mariano, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPR que criou o equipamento junto a alunos, explica que os pontos de maiores riscos serão avaliados pelo Invisible Shield para estudo das razões pelas quais a legislação não está sendo respeitada. “Ou seja, se o desrespeito às normas é devido à arquitetura da rua, comportamento do motorista ou do ciclista ou uma combinação desses fatores”.
O equipamento possui um conjunto de sensores que emitem sons de alta frequência (não audíveis pelo ouvido humano) que, quando encontram um objeto no caminho, são refletidos de volta para um sensor que capta o som. A distância dos objetos em relação à bicicleta é calculada por meio do tempo que leva para o som ser emitido e captado pelos sensores.
De acordo com o coordenador do projeto, o Invisible Shield ainda é direcionado para estudos e será usado para analisar os obstáculos em rotas já mapeadas em Curitiba e classificadas como mais perigosas. Por enquanto, os trajetos estão sendo mapeados por outro equipamento, o B1K3 Lab.
O Ciência para Todos promove a interação de estudantes de diferentes cursos de graduação para solucionarem problemas de relevância para a sociedade. O projeto de extensão, do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPR, também realiza divulgação científica e promove visitas guiadas para alunos e professores de escolas públicas às instalações na UFPR.
Aplicativo proporciona mais segurança para ciclistas
O B1K3 Lab, desenvolvido pelo professor André Bellin Mariano e pelo estudante Caio Filus Felisbino em 2016, analisa vários parâmetros no trajeto do ciclista, como a qualidade do ar ao longo do percurso e a distância em que carros ultrapassam ciclistas. O equipamento possui apenas um sensor de ultrassom, realizando um monitoramento mais simples dos riscos.
Os dados coletados pelo B1K3 Lab e pelo Invisible Shield são enviados para um aplicativo no celular do ciclista, o Smart Mobility, que encaminha as informações para os servidores que compõem o banco de dados do projeto. A intenção é de que, no futuro, o aplicativo possa traçar rotas com menores riscos e menos poluição e elevação, proporcionando mais segurança e saúde aos ciclistas.
Atualmente, o projeto busca financiamento e parcerias para produzir mais unidades do equipamento e realizar um monitoramento mais completo das ruas. Por enquanto, o B1K3 Lab é usado apenas por voluntários do projeto.
Fonte: Assessoria de Comunicação da UFPR, por Vinicius Fin Valginhak, sob supervisão de Chirlei Kohls