Lubrificante a base de cera da brasileira Session destaca-se por sua boa autonomia e facilidade de remoção durante a limpeza da bicicleta
Marca nacional no mercado há 10 anos, a Session Brasil tem se destacado por oferecer componentes e acessórios de altíssima qualidade para bicicletas, que vão desde rodas de alta performance a ferramentas e produtos de manutenção.Entre seus produtos destaca-se o S-Wax, um lubrificante a base de cera que promete reunir as principais características desejáveis em sua categoria como redução de atrito e melhora na performance, sem a principal desvantagem dos óleos comuns, o acúmulo de sujeira.
Foi partindo desta premissa que demos início aos nossos testes com o lubrificante da Session Brasil.
Apresentação
Composto a base de compostos cerosos que inclui a cera de carnaúba, o S-Wax não utiliza água, como seus concorrentes do mercado. O resultado é um líquido homogêneo, que não precisa ser fortemente agitado antes do uso e que possui uma viscosidade similar a dos óleos de corrente premium, ou seja, líquido o suficiente para penetrar rapidamente no interior da corrente, sem ser expulso do mesmo durante o movimento de rotação da transmissão.
Antes de começar esta avaliação, preciso confessar que sou um tanto quanto desconfiado quando o assunto é lubrificante de corrente a base de cera. Embora este tipo de produto de fato reduza substancialmente o atrito e, por consequência, o ruído na transmissão da bike, via de regra lubrificantes a base de cera são de difícil remoção durante a operação de limpeza da bicicleta, se comparado aos óleos comuns.
Para se ter uma ideia, certa vez tive que jogar água fervente sobre os pinhões do cassete para amolecer a crosta que se acumulou em seus dentes. Embora isto possa passar despercebido pela maioria dos ciclistas, mecânicos profissionais e mesmo aqueles que gostam de dar, eles próprios, a manutenção de suas bikes, esse tipo de problema costuma ser um transtorno constante.
Portanto, foi com uma certa desconfiança que recebi das mãos do Fernando Simioni, da Session Brasil, um frasco do lubrificante a base de cera S-Wax para testar.
O teste
Durante a apresentação do produto, Fernando deu algumas dicas de como potencializar a eficiência do produto através de sua correta aplicação.
A maioria dos fabricantes de lubrificantes a base de cera ressaltam a importância de desengraxar totalmente a corrente antes de sua primeira aplicação, caso contrário a cera não conseguirá aderir corretamente nas paredes internas dos roletes devido ao óleo acumulado.
No caso específico da S-Wax, o fabricante afirma que sua fórmula contém um aditivo especial denominado “Agente S”, que repele qualquer tipo de molécula de óleo mineral que ficou retido na corrente. Assim, mesmo que o usuário não tenha realizado uma boa limpeza da corrente, o óleo remanescente terá sido expelido após cerca de 10 aplicações.
Após lavar e secar completamente a corrente, dei início à aplicação, uma gota para cada rolete, com uma reaplicação após algumas horas antes de seu primeiro uso. Durante a operação, o S-Wax penetrou rapidamente nos componentes internos da corrente, sem gotejar no chão da oficina, sinal que seu ponto de viscosidade a temperatura ambiente é o correto para este tipo de produto.
Logo após as primeiras voltas, ainda no asfalto, percebi que a S-Wax de fato reduz o nível de ruído da transmissão, além de oferecer uma autonomia de uso significativamente maior se comparado a outros lubrificantes de cera similares.
Na trilha – Em sua primeira ‘prova de fogo’, o S-Wax encarou trilhas de cascalho solto e estradas de terra extremamente empoeiradas, decorrentes de uma das piores secas da história de Brasília, onde não chove há quase cem dias. Se por um lado não foi possível assim testar o lubrificante em condições alta umidade, o mesmo foi avaliado nas piores condições possíveis em tempo seco.
Mesmo com a bike extremamente suja e empoeirada, foi notável a ausência de detritos acumulados ao longo da corrente e dos demais componentes da transmissão. A autonomia de uso também foi uma surpresa agradável: em trilhas com percursos que variavam entre 60 a 100km, não houve necessidade de reaplicação em campo. Durante todo o tempo, as trocas de marchas permaneceram precisas e sem interferências, já que a sujeira praticamente não aderiu à corrente.
Na oficina – Durante a apresentação do produto, Fernando Simioni sugeriu que eu não utilizasse os tradicionais desengraxantes para corrente. “Lave com uma escova e apenas água e sabão”, disse ele. Ainda incrédulo, segui a risca seu conselho, já prevendo uma longa sessão de esfregação para deixar a corrente limpa.
Qual não foi a minha surpresa ao constatar que a corrente começou a ficar limpa já nos primeiros jatos de água, antes da esfregação. após ensaboar a transmissão com um mero detergente de cozinha, a mesma ficou rapidamente com aparência de nova.
Com o tempo, percebi que o ideal é dar uma pequena escovada na relação com a bike ainda seca, antes de lavá-la, de forma a retirar boa parte dos resíduos. Nas polias de câmbio, onde normalmente ocorre acúmulo de detritos seja qual for o lubrificante utilizado, uma pequena espátula de madeira ou mesmo um pano seco foram capazes de removê-los.
Lubrificante a base de cera S-Wax
Autonomia por aplicação
Eficiência em tempo seco
Eficiência em tempo úmido
Redução de ruídos
Facilidade de limpeza e remoção
Muito Bom
Excelente opção para os adeptos de lubrificantes a base de cera, com boa autonomia por aplicação e facilidade de remoção durante a limpeza da bike
Conclusão
Embora não tenha tido a oportunidade de avaliar o S-Wax em condições de chuva e umidade, em tempo seco inclemente o lubrificante da Session Brasil cumpriu com louvor sua função, com destaque para sua facilidade de remoção durante a limpeza da transmissão, fator que sem dúvida irá agradar não apenas o ciclista, mas seu mecânico de confiança.
Preço e disponibilidade – Comercializado em frascos de 30, 100 e 500ml, o lubrificante a base de cera S-Wax pode ser encontrado nas principais lojas de bicicletas do Brasil com preços sugeridos de 30, 60 e 100 reais, respectivamente.
Pontos positivos
- Boa autonomia de uso em tempo seco;
- Redução de atrito;
- Facilidade de limpeza
Pontos negativos
- Autonomia menor que nos lubrificantes do tipo wet.