Ciclista tcheco está entre os favoritos da 10ª edição da ultramaratona, marcada para 20 a 26 de outubro. Ele fará dupla com seu compatriota Martin Stosek, 7º colocado no Mundial de XCM na Suíça
Com o pelotão mais forte em dez anos de história, os amantes do mountain bike já começam a viver na pele a expectativa para a Brasil Ride 2019. Em poucos dias, o distrito de Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro (BA), começará a ser tomado por ciclistas de todo o mundo. Eles chegam em busca do desafio de completar aquela que muitos apontam como a mais dura ultramaratona do planeta, entre 20 e 26 de outubro. Dois ciclistas tchecos, Kristian Hynek e Martin Stosek, pousarão no extremo Sul da Bahia com credenciais de favoritos, principalmente se levados em consideração os resultados recentes.Kristian Hynek e Martin Stosek foram, ambos, destaque na última edição do Campeonato Mundial de Maratona (XCM) realizado em Grachen, na Suíça, no dia 22 de setembro. Enquanto Hynek lutou pelo título até os instantes finais, completando apenas 26 segundos atrás do campeão Leonardo Paéz, da Colômbia, Stosek também fez um ótimo papel, ao concluir em sétimo lugar, pouco mais de quatro minutos após o colombiano. Outros ciclistas confirmados na décima edição fizeram bonito no evento, como Alexey Medvedev (RUS), em quarto lugar, e Ole Hem (NOR) e Tiago Ferreira (POR), em 13º e 20º, respectivamente.
Não bastasse o excelente resultado atual, Hynek chega à Bahia com um peso a mais no favoritismo com Stosek. Isso porque venceu as duas primeiras edições do evento, em 2010 e 2011, ao lado do seu compatriota Robert Novotny. Robert também estará na décima edição da Brasil Ride, porém, atuando no estafe da equipe dos dois tchecos, acumulando funções como chefe de equipe e mecânico.
“É claro que me lembro daqueles dois anos, foi uma experiência muito intensa. Tivemos muita chuva e também vários dias com temperaturas super altas e muita umidade. Foi difícil correr nessas condições e foi basicamente a minha primeira experiência com corridas por etapas. Robert e eu conseguimos vencer nos dois anos, mas, com certeza, uma coisa que fica em minha mente é a queda do Robert na última etapa, em 2010, a cerca de um quilômetro do fim. Isso foi muito ruim, mas ele se recuperou e, no ano seguinte, chegamos ao título novamente”, relembra Hynek.
Além de agradecer ao seu companheiro no bicampeonato, Hynek também elogia o atual parceiro na disputa. “Robert é, há muito tempo, uma grande pessoa como apoio nas provas para mim e alguém muito importante na minha carreira de ciclista. Ele provou ser um cara completo e um mecânico perfeito e preciso. Por isso, teremos o melhor suporte possível”, avalia Hynek.
“O Martin é uma estrela em ascensão. Esta é sua primeira temporada de maratona e ele já mostrou alguns resultados surpreendentes – vencendo a série UCI Marathon Series em ELBA, ganhando a Dolomiti Superbike e alcançando um fantástico sétimo lugar no Campeonato Mundial na Suíça. Então, acredito que, se pudermos manter nossa forma até a Brasil Ride começar, devemos estar prontos para lutar pelos primeiros lugares”, finaliza Hynek.
Estreante ansioso para o desafio – Disputar uma prova pela primeira vez sempre tem um gosto especial. No caso da Brasil Ride, é saber que o lema: “mais do que uma prova, uma etapa em sua vida”, com certeza, fará sentido após sete dias. “Sei que é uma corrida difícil, cheia de bons ciclistas e que é importante estar bem preparado para isso. Estou ansioso pela aventura. Espero gostar da corrida e também aproveitar a parte das belezas da natureza”, comenta Stosek. “É muito especial correr com o Kristian. É um grande prazer competir nesta famosa corrida com ele. Para mim, será uma vantagem tê-lo ao meu lado, porque ele venceu a Brasil Ride duas vezes. Também será um bom treinamento para as corridas de etapa que terei pela frente”, completa.
Mecânico especial para a Brasil Ride – Robert Novotny será importante para a dupla não apenas pelo o que pode fazer tecnicamente, como mecânico da equipe, mas também pelo conhecimento da prova. Diferente de Hynek e Stosek, Novotny já competiu na etapa atual da Brasil Ride, no extremo Sul da Bahia. “Eu conheço a Brasil Ride de diferentes pontos de vista, como ciclista, fisioterapeuta e mecânico. Eu corri nessa nova versão, conheço o percurso, então, sei que tudo pode acontecer. Calor, chuva, subidas íngremes. Eu acredito no terceiro título do Kristián. Na minha opinião, a Brasil Ride é uma prova maravilhosa”, destaca Novotny.
Pelotão das estrelas – Conquistar o tricampeonato não será uma tarefa fácil para Hynek ao lado de Stosek. Pelo menos outras seis equipes devem brigar pelo título: Henrique Avancini e Manuel Fumic, da Cannondale Factory Racing, defendendo o posto de atuais campeões do evento; Jaroslav Kulhavy e seu compatriota Matous Ulman, estreantes peso-pesados da Specialized Racing; Tiago Ferreira e Hans Becking, ambos campeões em edições anteriores, formando a equipe DMT Racing Team; o campeão de 2016, Alexey Medvedev, outra vez com o italiano Francesco Failli; a dupla da CST Sand American Eagle MTB Racing Team, Sebastian Fini e Ole Hem (NOR); e, da América do Sul, os atuais campeões da La Leyenda del Dorado, os colombianos Johan e Johnatan Cañaveral.
As demais estrelas brasileiras – Se Henrique Avancini é o único brasileiro nas duplas consideradas favoritas para a conquista do título, o pelotão intermediário conta com renomados ciclistas do Brasil, que podem lutar por um lugar no pódio das etapas, bem como pela camisa de líderes das Américas. São os casos de: Mario Verissimo e Bruno Lemes, da Squadra Oggi; Sherman Trezza e Guilherme Muller, da Cannondale Brasil Racing; o suíço naturalizado brasileiro Lukas Kaufmann com seu parceiro Konny Looser (SUI), da FKS Factory Racing; Halysson Ferreira e Nicolas Machado, da Tropix Factory Racing Team; Daniel Zoia e José Gabriel Almeida, pela Corinthians Audax Bike Team; Ricardo Pscheidt e Gilberto Goes, da Orbea Team Brasil; Edson Rezende e Nicolas Sessler, da Caloi Avancini Team.
Elite Feminina de olho em Tóquio 2020 – Com o Brasil lutando por pontos para garantir uma vaga em Tóquio 2020 no mountain bike feminino, a ultramaratona torna-se ainda mais importante, por ofertar 120 pontos às suas campeãs no ranking olímpico. Estão confirmadas na disputa ciclistas como a três vezes campeã brasileira em 2019, Letícia Cândido, ao lado de Hercília Najara, a bicampeã da Brasil Ride, Raiza Goulão disputando com a experiente colombiana Angelita Parra, e as venezuelanas Katherine Lindo e Florangela Rodriguez. A jovem revelação do MTB nacional, Karen Olimpio, em parceria com a experiente portuguesa Ilda Pereira, e Viviane Favery, com Tânia Clair Pickler, também estão entre as favoritas ao pódio. Líder do país no ranking olímpico, Jaqueline Mourão aguarda confirmação de sua parceira para juntar-se ao pelotão da ultramaratona.
Os países – Os 570 inscritos na décima edição da ultramaratona representam os seguintes países: Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Chile, Chipre, Colômbia, Costa Rica, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Equador, França, Holanda, Itália, Japão, México, Noruega, Portugal, República Tcheca , Rússia , Suíça e Venezuela.
Décima edição – Considerada a Giro d’Italia do MTB mundial, a ultramaratona marcada para 20 a 26 de outubro, no Extremo Sul da Bahia, oferece um forte desafio para os 570 participantes de 24 países. Durante sete dias, eles têm pela frente cerca de 600 km e quase 11.000 m de altimetria acumulada, entre trilhas e estradas de terra que ligam Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro, a Guaratinga, na Vila Brasil Ride. No último dia da competição, o sábado (26), mais 1.500 ciclistas de todo o País juntam-se às estrelas do mountain bike internacional para a disputa da Maratona dos Descobrimentos. Uma oportunidade única de pedalar e ver de perto os melhores mountain bikers do mundo.