Plataforma criada pela UCB em parceria com a ITDP Brasil traz dados georreferenciados de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas das cidades brasileiras
Ao longo de 2019, o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP, da sigla em inglês) e a União de Ciclistas do Brasil (UCB) trabalharam em conjunto para disponibilizar um mapa para facilitar e ampliar o acesso a dados sobre a infraestrutura cicloviária nas cidades brasileiras. Em setembro do ano passado, o público votou no nome que seria dado à plataforma, e o CicloMapa foi lançado no Fórum Nordestino da Bicicleta (FNEBici) em Aracaju.O CicloMapa tem como objetivo estimular o mapeamento colaborativo para aumentar a disponibilidade de dados georreferenciados de ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas e calçadas compartilhadas. Para isso a plataforma usa os dados disponíveis no OpenStreetMap, que é considerado o maior banco de dados abertos de mapas do mundo. Também é possível fazer o download dos dados de forma simplificada para manipulação em softwares de informações geográfica e programação.
Por meio dessa iniciativa, as organizações buscam gerar informações que possam embasar políticas públicas de mobilidade urbana. De acordo com Bernardo Serra, gerente de políticas públicas do ITDP, “A iniciativa é fundamental para aumentar a disponibilidade de dados sobre a infraestrutura cicloviária a partir da experiência real de pessoas que circulam nas cidades brasileiras.A partir desses dados será possível promover debates mais fundamentados sobre políticas para a ciclomobilidade no país”.
O coordenador do projeto pela UCB, Felipe Alves explica: “Em 2018 verificamos que os dados publicados por muitas prefeituras estavam mais desatualizados do que o mapeamento realizado por voluntários no OSM. Por isso, outro importante objetivo do CicloMapa é fomentar essa prática por meio de tutoriais de mapeamento que apoiem o trabalho de mapeadores no país”.
Durante a transmissão ao vivo, Ludmila Bandeira, coordenadora de articulação e gestão da Semob no MDR, também mencionou o potencial do uso da ferramenta para construir políticas públicas cicloviárias: “Existe um conjunto de dados gerados a partir do CicloMapa que poderão orientar a nossa atuação”. A economista exemplificou frentes em que a Secretaria vem trabalhando nos últimos anos que podem utilizar o CicloMapa como fonte de informação para indicadores de efetividade da política nacional de mobilidade urbana e seu potencial uso na Pesquisa Nacional de Mobilidade.
Os dados do CicloMapa também serão úteis para calcular indicadores como o percentual da porcentagem de estações de transporte e de pessoas que vivem próximas à infraestrutura cicloviária na MobiliDADOS, plataforma do ITDP que fornece indicadores de mobilidade urbana.
Fonte: ITDP Brasil