23 de novembro de 2024
Rosana Baioco
Rosana e seu principal meio de transporte - Foto: Divulgsç~so / MTB Brasília

De bike para o trabalho: Dicas de mobilidade ativa

Colaboradora do MTB Brasília, a cicloativista Rosana Baioco dá dicas de como utilizar a bicicleta como meio de transporte de forma segura e prática

*Por Rosana Baioco

O uso da bicicleta tem sido noticiado como a principal estratégia não só de auxílio à atividade física ao ar livre devido ao fechamento de academias, mas principalmente de mobilidade numa realidade duramente atingida pelos efeitos da pandemia de Covid-19. São muitas cidades no mundo que adaptaram suas vias e rotinas para facilitar o uso de um veículo que garante a mobilidade ativa e ajuda a manter o distanciamento social, inclusive instalando ciclovias e ciclofaixas emergenciais, uma vez que o transporte corretivo carrega (sem trocadilho) alto risco de contágio pelo vírus.

Rosana Baioco
Foto Rosana Baioco / MTB Brasília

Ponha a bike pra funcionar – A bicicleta que você tem em casa ou a que você pode comprar é a melhor que existe, lembre-se disso! Então se você tem aquela magrelinha lá no fundo do quintal que está inteira e apenas meio abandonada, leve a um mecânico qualificado, faça a revisão completa de todos os itens e comece a usar seu novo meio de transporte com segurança. Caso vá comprar uma bici nova, vá a uma loja de bicicletas (não, supermercado não é loja de bicicleta!).

Se for comprar usada, exija nota fiscal e consulte o site Bicicletas Roubadas para minimizar o risco de tornar-se um receptador involuntário (o que é crime).

Segurança – Por falar em segurança, a bicicleta para uso urbano tem que obrigatoriamente dispor de refletivos – normalmente instalados nos pedais e rodas –, campainha e retrovisor, bem como iluminação no período noturno. Para-lamas, improvisados ou mesmo personalizados, são muito importantes em tempos de chuva, pois os pneus podem jogar lama em seu rosto e fazem uma conhecida “trilha” de sujeira nas costas do ciclista. Uma bolsinha ou mesmo um porta-treco feito com embalagem de achocolatado, contendo bomba de ar, câmara de reserva e espátulas, é muito útil em caso de pneu furado, pois mesmo que você não saiba (ainda) trocar a câmara pode contar com a ajuda solidária de alguém, por isso ajude a te ajudarem!

Zéfal Z Traveler 80
Foto: Rosana Baioco / MTB Brasília

Vestuário – Utilizo a bicicleta como meio de transporte há algum tempo, e aprendi a adaptar meus trajes e meu veículo para trabalhar, para ir às compras, lazer e outros compromissos, e as dicas abaixo considero básicas e acessíveis.

As roupas devem proporcionar liberdade de movimentos. Costumo usar saias e vestidos mais rodados para que possa pedalar, subir e descer da bicicleta sem dificuldade. Uso por baixo da roupa uma bermuda para evitar olhares mais do que curiosos. Aqui no site já mostramos como usar uma moeda e um elástico para prender saias de tecido mais fino e rodadas e acredite, funciona muito bem! Ao usar calças, dobro a barra de ambos os lados (e não só do lado da corrente, tenho um certo TOC de simetria…) e se o tecido escorrega, uso um binder clip desses de prender folhas de papel, encontrado em papelarias.

O Detran fornece às vezes faixas enroláveis fluorescentes, que cumprem bem o papel de prender a barra da calca ao tornozelo, caso prefira não dobrar a barra. Quanto ao sapato, desde que não escorregue nos pedais e estejam bem presos aos pés, pode-se usar sandálias, sapatos sociais, tênis e até mesmo salto alto.

Rosana Baioco
Fitas sinalizadoras reflexivas, como as oferecidas pelo Detran, ajudam a prender a barra da calça – Foto Rosana Baioco / MTB Brasília

Caso você prefira, e tenha esta possibilidade, pode usar uma roupa mais esportiva e levar seu traje social no bagageiro, para o trabalho. Muitas empresas e escritórios já dispõem de vestiário, chuveiro, armário. Ou então aquele gaveteiro de rodinhas pode guardar uma blusa extra. Quando não há vestiário é possível higienizar-se com uma toalha, no famoso “banho de gato”. Se o ciclista tomou banho e usou desodorante antes de sair de casa isso certamente será suficiente para garantir o conforto físico e olfativo de todos.

Transporte de acessórios – Gosto de pedalar sem bolsas ou mochilas nas costas, porque fazem suar, o que me levou a colocar uma cestinha na frente da bike. A mal compreendida pochete também oferece uma boa alternativa. A cestinha pode ser removível ou fixa, e garante fácil acesso aos objetos no seu interior (bolsa, óculos, etc). Os bagageiros (garupas) também são muito indicados, tanto para levar bolsas e pastas como, principalmente, ao fazer compras de mercado. No caso das compras, um alforje, uma caixa de madeira ou plástico bem presa, ou combinação de ambos garante bastante espaço. Dependendo do modelo de bagageiro é possível adaptar um baú de moto, de grande valia por manter o conteúdo seco e bem protegido.

Zéfal Z Traveler 80
Foto: Rosana Baioco / MTB Brasília

No mais, saiba que a bicicleta é um veículo que vem ganhando destaque na mobilidade urbana e que tem direitos e deveres no trânsito, sendo um dos direitos usar as vias e faixas quando não há ciclovia, e um dos deveres o respeito ao “menor”, no caso o pedestre. O comportamento do ciclista urbano no trânsito é assunto para outra conversa…

Sobre a autora

*Rosana Baioco é ciclista urbana e cicloativista, além de colaboradora do website MTB Brasília
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