Rede social do maior fabricante de dispositivos de navegação por satélites do mundo foi invadida por hackers neste fim de semana, o que impediu o carregamento de atividades
A Garmin anunciou na manhã desta terça-feira que sua rede social Garmin Connect já está funcionando normalmente, quase seis dias após ter sido vítima de um ataque cibernético, que visava acessar os arquivos pessoais de seus membros. Durante a invasão, o carregamento de atividades esportivas e sua sincronização com outras redes sociais esportivas, como o Strava, ficaram suspensas.De acordo com a Garmin, a rede foi vítima de uma ataque de ransomware denominado WastedLocker, de autoria de hackers russos, que criptografou os arquivos pessoais e de atividades físicas de milhões de membros da rede, impedindo o seu acesso. Embora a informação não tenha sido confirmada pela Garmin, os criminosos virtuais teriam exigido da empresa um resgate de 10 milhões de dólares pela liberação dos dados.
Normalização – Em comunicado oficial dirigido à imprensa especializada, a Garmin informa que os serviços estão aos poucos retornando à normalidade e ressalta que não há indicação até o presente momento que nenhum dado dos usuários foi acessado, perdido ou roubado. A empresa não explicou entretanto, como conseguiu obter a chave de desencriptação para poder acessar os arquivos bloqueados, reforçando a suspeita de que a Garmin teria pago o resgate aos criminosos.
Operação sob suspeita
O ataque cibernético à Garmin foi realizado através do ransomware WastedLocker, desenvolvido por um grupo de hackers russos denominado Evil Corp. Desde dezembro do ano passado, o governo dos Estados Unidos colocou o nome do grupo na sua lista de organizações criminosas, o que proíbe qualquer empresa daquele país de realizar qualquer tipo de transação econômica ou comercial com o grupo.
Na prática, isto significa que a Garmin estaria por lei proibida de pagar qualquer tipo de resgate que permitisse o resgate dos arquivos comprometidos pelo ataque. Devido a isto, torna-se uma incógnita a maneira como a marca estadunidense teria conseguido em tão pouco tempo desencriptar os arquivos.
Una possibilidade seria a empresa ter realizado algum tipo de pagamento do resgate das informações através de uma terceira empresa, já que de acordo com especialistas em segurança de redes, a obtenção de uma chave de desencriptação em poucos dias é uma possibilidade remota, embora não impossível.
A Garmin negocia suas ações pela NASDAQ, onde suas movimentações financeiras são especialmente monitoradas e realizar o pagamento de um resgate a una organização criminosa pelo governo norte-americano poderia resultar em importantes sanções.
Como carregar suas atividades manualmente no Connect
Enquanto o problema não se resolve de maneira definitiva, é possível aos utilizadores da rede Garmin Connect que ainda não conseguem carregar suas atividades de forma automática no Strava, fazê-lo manualmente. Para isto, é preciso conectar o dispositivo Garmin no seu computador, via cabo USB. Ao conectar o dispositivo, o computador o identificará como uma unidade de disco do sistema. Assim, será possível acessar manualmente seus arquivos. O procedimento é relativamente simples:
- Conecte seu dispositivo Garmin ao seu computador de mesa, via cabo USB;
- Acesse a pasta “Garmin” => “Activities”;
- Ordene os arquivos por data de modificação. Assim, os arquivos mais recentes serão correspondentes às suas últimas atividades;
- Acesse o Strava pleo computador e faça seu login;
- No menu localizado no canto superior direito, clique no sinal “+” e em seguida selecione “Carregar Atividade”;
- Na tela que abrir, selecione “Arquivo”, no menu do canto esquerdo. Em seguida, clique em “Escolher Arquivo”;
- Pronto! O Strava irá carregar o arquivo!