Produção de bicicletas cresce 6,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Mesmo assim, mercado ainda sofre com a falta de insumos devido ao aumento da demanda e as limitações impostas pela pandemia
Os fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) produziram 57.843 bicicletas em março. Segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, o segmento segue impactado pela falta de insumos que atinge a indústria globalmente. Em março, o volume produtivo foi 3,1% maior que o registrado em fevereiro (56.078 unidades) e 6,9% superior às 54.115 bicicletas produzidas no mesmo mês do ano passado.Ainda de acordo com levantamento da associação, no primeiro trimestre 170.902 bicicletas saíram das linhas de montagem, número bastante semelhante ao atingido no mesmo período do ano passado, que foi de 170.923 unidades.
A melhora da crise sanitária causada pela segunda onda da Covid-19 em Manaus permitiu que as fabricantes retomassem seus turnos regulares de trabalho. No entanto, a escassez de insumos impede que a produção volte ao ritmo mais acelerado.
O principal gargalo do setor é o fornecimento de peças e componentes. Cerca de 50% dos insumos são provenientes de fornecedores mundiais, principalmente do continente asiático. O vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, Cyro Gazola, acredita que o abastecimento deverá ser normalizado no segundo semestre deste ano. “A partir daí, a produção deverá entrar numa curva ascendente. Esse processo, no entanto, será gradual, pois haverá necessidade de ajustar a capacidade das fábricas, o que requer um planejamento minucioso”, afirma.
Entre os componentes que estão em falta, destacam-se sistemas de freios, sistemas de transmissões, suspensões e selins. Gazola explica que a Abraciclo e suas associadas estão trabalhando com fornecedores locais para reduzir a dependência de fornecedores globais. No entanto, a indústria ainda é bastante dependente dos itens importados.
Produção por categoria – Com 39.771 unidades produzidas e 68,8% do volume total fabricado, a Mountain Bike (MTB) foi a categoria mais produzida em março, seguida pela Urbana/Lazer, que teve 14.191 bicicletas fabricadas (24,5% do total). Em termos percentuais, a Estrada foi a que registrou maior crescimento. Foram fabricadas, 1.067 bicicletas, o que corresponde a um aumento de 73,5% na comparação com fevereiro (615 unidades).
Confira o ranking mensal de produção:
Março/20 | Fevereiro/21 | Março/21 | Variação | |||||
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Categoria | A | Participação | B | Participação | C | Participação | C/A | C/B |
MTB | 32.277 | 59,6% | 29.573 | 52,7% | 39.771 | 68,8% | 23,2% | 34,5% |
Urbana/Lazer | 16.634 | 30,7% | 17.479 | 31,2% | 14.191 | 24,5% | -14,7% | -18,8% |
Elétrica | 347 | 0,6% | 1.436 | 2,6% | 422 | 0,7% | 21,6% | -70,6% |
Estrada | 748 | 1,4% | 615 | 1,1% | 1.067 | 1,8% | 42,6% | 73,5% |
Infantil | 4.109 | 7,6% | 6.975 | 12,4% | 2.392 | 4,1% | -41,8% | -65,7% |
Fonte: Associadas Abraciclo
As três primeiras posições foram mantidas no ranking trimestral: MTB (105.819 unidades e 61,9% do volume total fabricado), Urbana/Lazer (49.822 unidades e 29,2%) e Infanto-Juvenil (10.816 unidades e 6,3%).
Exportações – De acordo com o levantamento do portal Comex Stat, que analisa os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, em março, foram exportadas 1.582 bicicletas. Na comparação com fevereiro houve recuo de 11,2% (1.782 unidades). Já em relação ao mesmo mês do ano passado, o resultado foi 111,2% superior em relação às 749 bicicletas embarcadas.
O principal mercado foi Paraguai que recebeu 658 bicicletas, o que corresponde a 41,6% do volume total exportado. Na sequência do ranking, vieram Uruguai (485 unidades e 30,7% do total exportado) e Bolívia (426 unidades e 26,9%).
No primeiro trimestre, as exportações cresceram 71,5% e somaram 3.365 unidades. No ano passado, nesse mesmo período, foram exportadas 1.962 bicicletas.
As posições no ranking trimestral foram mantidas: Paraguai (2.128 unidades e 63,2% do volume exportado), Uruguai (785 unidades e 23,3%) e Bolívia (426 unidades e 12,7%).
Frases – Cyro Gazola
“Em março, as fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) produziram 57.843 unidades. A falta de insumos é o principal gargalo da indústria. Esse problema é mundial. Devido ao aumento da demanda por bicicletas e as limitações impostas pela pandemia, os fornecedores globais não conseguem atender aos pedidos. Esse problema deve persistir até o segundo semestre deste ano”.
“Superamos o cenário mais crítico da crise sanitária em Manaus com a segunda onda da Covid-19. Com isso, as fabricantes retomaram seus turnos habituais de trabalho. No entanto, somente com a normalização do fornecimento de insumos, prevista para o segundo semestre, conseguiremos a atender a demanda do mercado gradualmente.
“Entre os componentes que estão em falta, destacam-se sistemas de freios, sistemas de transmissões, suspensões e selins. A Abraciclo e suas associadas estão trabalhando com fornecedores locais para reduzir a dependência de fornecedores globais. Mas ainda somos muito dependentes de itens importados”.