29 de dezembro de 2024
Linha de montagem da Caloi, no Polo Industrial de Manaus (PIM) - Foto: André Ramos / MTB Brasília

Com falta de insumos, produção de bicicletas em Manaus cai 11,3% em relação ao mês passado

Números divulgados pela Abraciclo mostram que o desabastecimento de peças e componentes continua afetando a produção dos fabricantes de bicicletas na região

O desabastecimento de peças e componentes continua afetando a produção dos fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM). Em abril, foram produzidas 51.281 bicicletas, volume 11,3% inferior na comparação com as 57.843 unidades registradas no mês de março. Os números são da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo.

Foto: André Ramos / MTB Brasília
Foto: André Ramos / MTB Brasília

Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando a maioria das fabricantes suspendeu suas operações devido à primeira onda do Coronavírus na cidade de Manaus, houve alta de 409,2%. Em abril de 2020, a produção totalizou 10.071 bicicletas.

No primeiro quadrimestre, a produção totalizou 222.183 unidades, o que corresponde a um aumento de 22,8% em relação as 180.994 bicicletas fabricadas no mesmo período do ano passado. O volume é superior ao registrado no mesmo período em 2018, quando a indústria atingiu 220.069 unidades produzidas. No entanto, está abaixo das 259.422 bicicletas fabricadas nos quatro primeiros meses de 2019.

Abraciclo

Fonte: Suframa / Associadas

O vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, Cyro Gazola, afirma que o setor continua limitado pela falta de insumos que atinge toda a cadeia global de suprimentos. “Há falta de alguns componentes como sistemas de freios e de transmissões, por exemplo, que dificultam a montagem e gera a falta de alguns modelos no mercado”, diz. “A demanda por bicicletas continua alta e acreditamos que o fornecimento de peças será normalizado no segundo semestre deste ano”, avalia.

Gazola afirma que se o abastecimento de peças e componentes for normalizado e se o programa de vacinação for acelerado para evitar um novo agravamento da crise sanitária, a indústria pode crescer acima da expectativa. Para este ano, a produção é estimada em 750.000 unidades, alta de 12,8% na comparação com 2020 (665.186 bicicletas). “Se o fornecimento de peças for atendido, as fabricantes irão adequar seu planejamento de produção à demanda do mercado. O consumidor quer e aguarda por bicicletas”, avalia.

Linha de montagem da OX (Oggi), no Polo Industrial de Manaus (PIM) - Foto: André Ramos / MTB Brasília
Linha de montagem da OX (Oggi), no Polo Industrial de Manaus (PIM) – Foto: André Ramos / MTB Brasília

Produção por categoria – Em abril, a categoria mais produzida foi a Moutain Bike (MTB), com 30.111 unidades e 58,7% de participação no mercado.  A categoria Infanto-Juvenil foi a que apresentou maior crescimento percentual. Foram fabricadas 4.867 bicicletas, alta de 103,5% na comparação com março (2.392 unidades). 

Veja como ficou o ranking mensal de produção:

Produção de bicicletas no PIM

  Abril 2020 Março 2021 Abril 2021    
Categoria A Participação B Participação C Participação C/A C/B
MTB 7.112 70,6% 39.771 68,8% 30.111 58,7% 323,4% -24,3%
Urbana/Lazer 2.062 20,5% 14.191 24,5% 15.354 29,9% 644,6% 8,2%
Elétrica 251 2,5% 422 0,7% 412 0,8% 64,1% -2,4%
Estrada 201 2,0% 1.067 1,8% 537 1,0% 167,2% -49,7%
Infanto-Juvenil 445 4,4% 2.392 4,1% 4.867 9,5% 993,7% 103,5%
Total 10.071 100% 57.843 100% 51.281 100% 409,2 -11,3%

Fonte: Associadas Abraciclo

No ranking do primeiro quadrimestre, as três categorias mais produzidas foram: MTB (135.930 unidades e 61,2% de participação no mercado), Urbana/Lazer (65.176 unidades e 29,3% de participação) e Infanto-Juvenil (15.683 unidades e 7,1% de participação).

Exportações – Segundo dados do portal Comex Stat, que analisa os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, em abril, foram exportadas 1.303 bicicletas. O volume é 17,6% inferior ao registado no mês anterior (1.582 unidades) e 8.586,7% superior às 15 unidades destinadas ao mercado externo em abril do ano passado.

Com 1.070 bicicletas e 82,1% do volume total exportado, o Uruguai foi o principal mercado. Em segundo lugar, ficou o Paraguai (216 unidades e 16,6% do total exportado), seguido pelo Chile (6 unidades e 0,5%).

No quadrimestre, as exportações totalizaram 4.668 unidades, alta de 136,1% na comparação com o mesmo período do ano passado (1.977 bicicletas).

        Os principais mercados foram Paraguai (2.344 unidades e 50,2% de participação), Uruguai (1.855 unidades e 39,7%) e Bolívia (430 unidades e 9,2%).

Frases – Cyro Gazola

“Em abril, foram produzidas 51.281 bicicletas, volume 11,2% inferior na comparação com as 57.843 unidades registradas no mês anterior. A falta de insumos que atinge toda a cadeia global de suprimentos é o nosso principal gargalo. No primeiro quadrimestre, a produção totalizou 222.183 unidades, o que corresponde a um aumento de 22,8% em relação as 180.994 bicicletas fabricadas no mesmo período do ano passado. O volume é superior ao registrado no mesmo período em 2018, quando a indústria totalizou 220.069 unidades produzidas. No entanto, está abaixo das 259.422 bicicletas fabricadas nos quatro primeiros meses de 2019”.

“A falta de alguns componentes, como sistemas de freios e de transmissões, dificulta a montagem e gera a falta de alguns modelos no mercado. A demanda por bicicletas continua alta e se o abastecimento de peças e componentes for normalizado, a indústria pode crescer acima da expectativa. Para este ano, a produção é estimada em 750.000 unidades, alta de 12,8% na comparação com 2020, quando totalizamos a produção de 665.186 bicicletas. O consumidor quer e aguarda por bicicletas.”

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