28 de dezembro de 2024
Soldagem de quadro de bicicleta
Foto: André Ramos / MTB Brasília

Com aumento da produção, indústria brasileira de bicicletas registra melhor resultado no ano

Com mais de 66 mil bicicletas produzidas em maio, Polo Industrial de Manaus registra um volume 30,2% superior ao registrado em abril. No acumulado do ano, foram fabricadas quase 289 mil bikes

As fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus produziram 66.760 bicicletas em maio. De acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, esse foi o melhor resultado alcançado este ano: o volume é 30,2% superior às 51.281 unidades que saíram das linhas de montagem em abril e 209,3% maior na comparação com mesmo mês de 2020 (21.587 bicicletas), quando as fábricas foram fortemente impactadas pela pandemia.

Foto: André Ramos / MTB Brasília

Nos cinco primeiros meses do ano, a produção de bicicletas totalizou 288.943 unidades, o que corresponde a uma alta de 42,6% em relação ao mesmo período do ano passado (202.581 unidades).

Na avaliação do vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, Cyro Gazola, os números registrados em maio e no acumulado do ano comprovam a força do setor, que ainda tem capacidade de produzir mais, porém está limitado pelo desabastecimento de peças e componentes. “Hoje ainda não conseguimos atender toda a demanda de bicicletas. Temos a capacidade, mas ainda faltam insumos para abastecer as linhas de produção, já que cerca de 50% das peças são importadas”, comenta. “A questão de insumos é global e atinge não apenas o nosso segmento, mas diversas outras cadeias produtivas em todo o mundo devido os impactos da pandemia”, explica.

Foto: André Ramos – MTB Brasília

O vice-presidente acredita que a normalização do ritmo de produção ainda deve demorar alguns meses. “Todas as associadas da Abraciclo estão se esforçando para suprir o mercado o mais rápido possível e atender ao consumidor”, diz.

Diante desse cenário e levando em consideração a procura pelas bicicletas como instrumento de trabalho e um meio seguro de deslocamento urbano para evitar a aglomeração do transporte público, Gazola acredita que a tendência é de que o mercado continue aquecido. “Nossa expectativa é de fabricar 750.000 unidades, o que representa um aumento de 12,8% em relação ao ano passado”, diz.

Processo de limpeza antes da pintura – Foto: André Ramos – MTB Brasília

Produção por categoria – Com 45.909 unidades e 68,8% do total fabricado, a Mountain Bike (MTB) foi a categoria mais produzida em maio. “A preferência por essa categoria se deve aos recursos tecnológicos como suspensões, maior número de marchas e freios hidráulicos, por exemplo, que permitem usá-la tanto nos centros urbanos como nas trilhas. Essa versatilidade atrai o consumidor brasileiro”, afirma Gazola.

Veja como ficou o ranking mensal de produção:

  Maio/20 Aril/21 Maio/21    
Categoria A Participação B Participação C Participação C/A C/B
MTB 16.657 77,2% 30.111 58,7% 45.909 68,8% 175,6% 52,5%
Urbana/Lazer 4.471 20,7% 15.354 29,9% 18.100 27,1% 304,8% 17,9%
Elétrica 5 0,0% 412 0,8% 605 0,9% 12000,0% 46,8%
Estrada 454 2,1% 537 1,0% 627 0,9% 38,1% 16,8%
Infanto-Juvenil –   0,0% 4.867 9,5% 1.519 2,3% 0,0% -68,8%
Total 21.587 100% 51.281 100% 66.760 100% 209,3% 30,2%

Fonte: Associadas Abraciclo

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a liderança do ranking também é da MTB (181.839 unidades e 62,9% do total produzido). Em segundo lugar, ficou a Urbana/Lazer (83.276 bicicletas e 28,8% da produção), seguida pela Infanto-Juvenil (17.202 unidades e 6,0%).

Exportações – Em maio, as exportações totalizaram 1.390 unidades. Os dados são do portal Comex Stat, que faz um levantamento dos embarques totais de cada mês, e foram analisados pela Abraciclo. Na comparação com abril, quando foram embarcadas 1.303 bicicletas, houve aumento de 6,7%. Já em relação a maio do ano passado, foi registrada alta de 61,4%. Naquele mês, foram exportadas 861 unidades.

Linha de produção da Audax / Houston em Manaus – Foto: André Ramos / MTB Brasília

Os principais mercados foram os países do Mercosul. O Paraguai recebeu 1.216 bicicletas, o que corresponde a 87,5% do volume total exportado. O segundo país que mais recebeu bicicletas foi o Uruguai, com 163 unidades embarcadas e 11,7% do total exportado.

No acumulado do ano, foram exportadas 6.058 unidades, aumento de 113,5% em relação ao mesmo período de 2020 (2.838 bicicletas). As posições do ranking mensal foram mantidas: Paraguai (3.560 unidades e 58,8% do total exportado), Uruguai (2.018 unidades e 33,3% das exportações), seguido da Bolívia (438 unidades e 7,2%).

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