Os participantes – de todos os cantos do DF – se reuniram em frente ao Museu da República e de lá foram até o Palácio da Alvorada, retornando ao ponto de partida. Suaram a camisa para convidar a população a uma reflexão: diminuir a dependência de veículos automotores em seus trajetos. Atualmente, a capital possui 2 milhões de automóveis em circulação.
Gente como a professora Mary Kato, 48 anos. Paramentada com sapatilhas, capacete e uma roupa rosa, ela deixou o carro no Gama e veio pedalando. “Tenho carro, mas uso mais para viajar. Pedalar para mim é uma terapia, me faz muito bem. Mas, ainda acho que falta um pouco mais de respeito, de consciência dos motoristas com relação ao espaço usado pelos ciclistas”, avaliou.
A família Sousa veio de Sobradinho para o passeio. O aposentado Eleomar, 54 anos, e os filhos Gabriela, 18 anos, e Miguel, 13 anos, pedalam sempre juntos na Floresta Nacional (Flona), próximo à Taguatinga, e se empolgaram com o pedal noturno. “Acho importante o governo incentivar o uso de outras formas de transporte. É menos poluente, menos trânsito nas ruas”, opinou o pai de família. “Se ao invés de 2 milhões de carros nas ruas, tivéssemos o mesmo tanto de bicicletas, a vida estaria melhor”, completou.
Segurança dos ciclistas – Além do incentivo ao uso da bicicleta, a segurança do ciclista tem sido uma preocupação constante do Detran-DF, que vem realizando campanhas educativas, lembrando que ambos têm responsabilidade na preservação da vida de quem circula de bike pela capital.
“Temos uma cidade de vias largas, então dá sim para compatibilizar o uso do carro com o da bicicleta”, destacou o diretor-geral, Zélio Maia. “Procuro sempre falar às pessoas que usem a bicicleta ou uma boa caminhada quando forem à padaria, ao comércio. Não há necessidade do carro”, acrescentou. Maia também participou do passeio e saiu à frente do pelotão de ciclistas.
As ações educativas têm surtido efeito até o momento: o número de ciclistas mortos nas vias da capital está em queda. Nos oito primeiros meses deste ano, houve uma redução de 40% na quantidade de óbitos em comparação com o mesmo período de 2020. E, o Detran tem pregado em suas campanhas um parâmetro importante: a distância de 1,5m que o motorista deve manter de uma bicicleta em circulação.
Convivência harmônica – A convivência harmônica entre os dois tipos de transporte vem melhorando muito, conforme lembrou o diretor de educação de trânsito do Detran-DF, Marcelo Granja. “Hoje há uma consciência bem maior do espaço de cada um. E vamos promover mais passeios ciclísticos em todas as regiões administrativas mensalmente para falar de segurança e ainda para mostrar que é uma ótima alternativa ao uso de carros e motos”, disse.
O passeio ciclístico também marcou essa que é a Semana Nacional de Trânsito. O lema criado pelo Detran pelo em 2021 é: “No trânsito, sua responsabilidade salva vidas.” E o respeito ao ciclista, também.
Fonte: Agência Brasília, por Rafael Secunho