Vice-campeonato ficou com Gustavo Xavier e Alex Malacarne. Entre as mulheres, as alemãs Naima Diesner e Anna Jördens conquistaram a quinta vitória seguida e garantiram o título
A 11ª edição da Brasil Ride Bahia chegou ao final neste sábado (13) com fortes emoções, no distrito de Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro. Na principal disputa, a da categoria Open, o holandês Hans Becking e o português José Dias (Buff Scott MTB Team), confirmaram o favoritismo e garantiram o título, o quarto de Hans, que isolou-se como o maior vencedor da história da competição na Open, e o primeiro de José. Entre as mulheres, as alemãs Naima Diesner e Anna Jördens (9th Wave Cycling Doctore Bike), deram a volta por cima no final, para garantir o troféu de campeãs da Elite Feminina. A etapa final contou com 46,7 km e teve 548 m de altimetria acumulada.Hans e José chegaram ao sexto dia com uma grande folga na liderança, de quase 20 minutos. Assim, coube a dupla apenas administrar e poupar o equipamento, para chegarem com tranquilidade à arena Brasil Ride, após pedalarem 600 km, com 11.000 m altimetria acumulada, desde domingo passado (7). “Minha história com a Brasil Ride começou há cerca de dez anos, quando vim aqui pela primeira vez e eu realmente gostei da corrida. Vencê-la quatro vezes é incrível”, comemorou Hans.
“Me sinto muito bem. Foi a edição mais difícil para mim das quatro que ganhei. A minha sorte é que eu tive como parceiro o José Dias, que teve o prazer de vencer a prova pela primeira vez. É muito legal, espero voltar logo”, contou o holandês. “Como eu venho dizendo, é uma temporada bastante longa. Treinei meu corpo ao extremo nestes dias e usei o resto de energia que tinha nesta última etapa. A chuva deixou tudo mais complicado, mas foi mais uma corrida linda”, completou Hans.
O português José Dias não escondeu a felicidade de vencer pela primeira vez na carreira de uma das principas stage race premium do mundo. “Estou extremamente feliz por poder ganhar a Brasil Ride Bahia, uma prova conceituada mundialmente. São grandes nomes que já venceram a competição. Poder fazer parte desta história me deixa feliz demais. Dou parabéns a todos que competiram e espero voltar em 2022”, comemorou José Dias. “Dia diferente, com chuva e terreno pesado. Entramos para administrar nosso tempo, minimizar possíveis problemas técnicos e saborear cada instante em cima da bicicleta”, finalizou.
Líder das Américas – Na última prova da Brasil Ride Bahia, o público na arena viu Gustavo Xavier e Alex Malacarne, da Specialized Racing BR, cruzarem a linha de chegada em primeiro, para em seguida começarem a contagem regressiva. Isso porque os dois estavam a 1min45 dos então líderes das Américas, Edson Rezende e Ulan Galinski, da Caloi Henrique Avancini Racing. Após passar esse tempo, Xavier e Malacarne puderam comemorar.
“Primeira participação, uma experiência incrível. Sete dias de recuperação, após quebra da corrente do Alex. Foi totalmente diferente do que seria se a gente conquistasse a camiseta branca logo na abertura da competição. Assim, foi uma prova bem mais divertida, foi demais. Nesta última etapa, um percurso diferente. Com bastante trilha. Abrimos uma boa distância para os demais rivais e no fim conseguimos tirar a diferença para os atletas que lideravam nas Américas até então. Conseguir nos últimos quilômetros, foi muito bacana. Espero voltar várias vezes para competir aqui”, destacou Xavier.
“Fomos debutantes e iniciamos com um problema mecânico logo com 10 segundos da competição. Éramos 30º colocados com quase 12 minutos para os líderes. Nesta última etapa, vencemos a quarta de sete etapas e garantimos o segundo lugar no geral, além da camiseta branca. É inacreditável. Estou sem palavras para explicar o que foi essa semana, nosso primeiro Brasil Ride Bahia. Fruto de trabalho em equipe, fé e acreditar um no outro. E assim nos transformamos na dupla com mais vitórias na open nesta edição”, vibrou o paranaense Malacarne.
Feminino – A disputa feminina na Santander Brasil Ride Bahia mostrou que ter regularidade é realmente importante para se conquistar o título. Após vencerem as duas primeiras etapas e liderarem até o penúltimo dia, Marcella Toldi e Lutecia Azevedo, da 4Fun Bike Center, viram as alemãs darem a volta neste sábado. Naima Diesner e Anna Jördens conseguiram o título, após terem vencido cinco etapas seguidas. A diferença que era de 39 minutos a favor das brasileiras, transformou-se em 15 minutos de folga para as europeias.
“A segunda etapa foi horrível, um verdadeiro carrossel de emoções com o quadro quebrado e sem saber se continuaríamos na corrida. Tiramos o melhor da situação e buscamos com tudo esse título. A cada dia tirávamos diferença delas. Nesta sétima etapa, sabíamos que elas iriam com tudo na primeira subida e que teríamos que atacar na primeira parte plana. Fomos sozinhas, Anna e eu, sabendo que seria um jogo mental. Tivemos trilhas bem difíceis e estou bem feliz. Após cruzarmos em primeiro, iniciamos a contagem regressiva e de repente soubemos que fomos campeãs. Pedalar com a Anna é incrível. Somos um time do sonho juntas”, enalteceu Naima.
“Uma prova é igual a vida. Você não pode desistir nunca. Foram dias de muito calor, mas o mais importante foi sobrevivemos à segunda etapa e depois nunca ter desistido. Os ciclistas no pelotão sempre nos puxavam para cima, nos incentivando. Foi realmente legal sentir o apoio de todos, que nos ajudaram com palavras e incentivo. É incrível, não sei como explicar. Espero voltar. Essa é a primeira vez de várias. Vou voltar com certeza”, disse Anna, que pela primeira vez atravessou o Oceano Atlântico em sua vida.
Embora tenha ficado bem próxima do título inédito na carreira, Marcella Toldi soube reconhecer o mérito de suas adversárias. “Tentamos de tudo, mas não foi nosso dia, não era para ser. A Lu não estava num dia tão bom, tentei ajudá-la ao máximo, mas as trilhas tinham muito tronco e coisas que atrasam. Ela chegou a cair, se machucar, e aí começam a mudar as prioridades. A gente veio só para chegar logo e ela ir para enfermaria. Estou feliz porque foi legal demais todos os dias e pelas alemãs, que são super legais e buscaram o título. Sendo uma boa perdedora, estou muito feliz pelo segundo lugar. Estou de alma lavada, porque sei que dei meu máximo”, comentou Marcella.
Top 5 da etapa
Elite Masculina
# | Dupla | Tempo |
---|---|---|
1 | Gustavo Xavier (BRA) / Alex Malacarne (BRA) | 1h41min31 |
2 | Hans Becking (HOL) / José Dias (POR) | 1h44min39 |
3 | Edson Rezende (BRA) / Ulan Galinski (BRA) | 1h44min47 |
4 | Sherman Trezza (BRA) / Lukas Kaufmann (BRA) | 1h47min19 |
5 | Ricardo Pscheidt (BRA) / Leandro Donizete (BRA) | 1h47min40 |
Elite Feminino
# | Dupla | Tempo |
---|---|---|
1 | Naima Diesner (ALE) /Anna Jördens (ALE) | 2h06min35 |
2 | Marcella Toldi (BRA) / Lutecia Azevedo (BRA) | 2h25min11 |
3 | Aline Olmedo (BRA) / Lucineia Brunetta (BRA) | 2h44min16 |
4 | Ada Pires (BRA) / Raissa Zortea (BRA) | 3h09min16 |
5 | Laiana Lacerda (BRA) / Natalia Radatz (BRA) | 3h22min14 |
Classificação geral
Elite Masculino
# | Dupla | Tempo |
---|---|---|
1 | Hans Becking (HOL)/José Dias (POR) | 21h15min07 |
2 | Gustavo Xavier (BRA) /Alex Malacarne (BRA) | 21h33min32 |
3 | Edson Rezende (BRA) / Ulan Galinski (BRA) | 21h35min01 |
4 | Sherman Trezza (BRA) / Lukas Kaufmann (BRA) | 21h47min31 |
5 | Andrews Henriques (POR) /Filipe Francisco (POR) | 22h18min05 |
Elite Feminino
# | Dupla | Tempo |
---|---|---|
1 | Naima Diesner (ALE) /Anna Jördens (ALE) | 28h33min47 |
2 | Marcella Toldi (BRA) / Lutecia Azevedo (BRA) | 28h48min53 |
3 | Aline Olmedo (BRA) / Lucineia Brunetta (BRA) | 34h46min38 |
4 | Ada Pires (BRA) / Raissa Zortea (BRA) | 39h43min00 |
5 | Laiana Lacerda (BRA) / Natalia Radatz (BRA) | 41h30min26 |
Todos os campeões da edição
America Men | Gustavo Xavier (BRA) e Alex Malacarne (BRA) |
América Women | Marcella Toldi (BRA) e Lutecia Azevedo (BRA) |
Mista | José Silva (BRA) e Celina Carpinteiro (BRA) |
Master | Hugo Prado Neto (BRA) e João Paulo Firmino (BRA) |
Grand Master | Pablo Rodriguez (ARG) e Peter Vessel (SLV) |
Nelore | André Costa (BRA) e Marcius Costa (BRA) |
Corporativa | Wagner Quirino (BRA) , Enrico Júnior (BRA) e Carlus Costa (BRA) |
Ironrider | Diogo Malagon (BRA) e Frederico Zacharias (BRA) |
Campeões das 11 edições
Masculino
Ano | Dupla |
---|---|
2010 | Kristian Hynek (CZE) / Robert Novotney (CZE) |
2011 | Kristian Hynek (CZE) / Robert Novotney (CZE) |
2012 | Tiago Ferreira (POR) / Luis Pinto (POR) |
2013 | Henrique Avancini (BRA) / Sherman Trezza (BRA) |
2014 | Hans Becking (HOL) / Jiri Novak (CZE) |
2015 | Hans Becking (HOL) / Jiri Novak (CZE) |
2016 | Fabian Rabensteiner (ITA) e Alexey Medvedev (RUS) |
2017 | Henrique Avancini (BRA) / Jiri Novak (CZE) |
2018 | Henrique Avancini (BRA) / Manuel Fumic (ALE) |
2019 | Tiago Ferreira (POR) / Hans Becking (HOL) |
2020 | Hans Becking (HOL) / José Dias (POR) |
Feminino
Ano | Dupla |
---|---|
2010 | Celina Carpinteiro (POR) / Ivonne Kraft (ALE) |
2011 | Adriana Nascimento (BRA) / Sabrina Gobbo (BRA) |
2012 | Adriana Nascimento (BRA) / Daniela Genovesi (BRA) |
2013 | Rebecca Rusch (EUA) / Selene Yeager (EUA) |
2014 | Sonya Looney (EUA) / Nina Baum (EUA) |
2015 | Raiza Goulão (BRA) / Viviane Favery (BRA) |
2016 | Isabela Lacerda (BRA) / Letícia Cândido (BRA) |
2017 | Raiza Goulão (BRA) / Margot Moschetti (FRA) |
2018 | Sandra Santaynes (ESP) / Anna Ramirez (ESP) |
2019 | Viviane Favery (BRA) /Tania Clair Pickler (BRA) |
2020 | Naima Diesner (ALE) / Anna Jördens (ALE) |